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Dois piauienses morrem soterrados em obra em São Paulo |
A peça caiu de uma altura de seis metros sobre as vítimas, que foram soterradas. Segundo o tenente Éder Mortatti, do Corpo de Bombeiros de Campinas-SP, as buscas pelos operários desaparecidos se estenderam até às 22h25min do dia 19 de maio, quando os corpos foram encontrados. Os policiais militares que relataram o caso ao delegado Thiago Reis disseram que o arquiteto responsável pela obra informou que os operários faziam a limpeza dos resíduos do preenchimento da laje, quando a estrutura se rompeu. De acordo com o oficial, foram utilizadas retroescavadeiras, que removeram a parte mais pesada da estrutura para facilitar o acesso ao local onde eles trabalhavam no momento da queda. Não houve outras vítimas. Os corpos estavam no Instituto Médico Legal (IML) de Campinas nesta terça-feira, aguardando liberação. Fotos: Reprodução EPTV Obra que desabou em São Paulo e matou dois piauienses soterrados Inquérito para apurar o caso A Polícia Civil abriu inquérito por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, além de acidente de trabalho e desabamento sobre a morte de dois operários no canteiro de obras da ampliação do Shopping Iguatemi, em Campinas (SP). O delegado titular do 4º Distrito Policial (DP), Mauricio Lucenti Geremonte, também solicitou agendamento dos depoimentos de testemunhas. A Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP-SP) informou, em nota enviada nesta terça-feira (20), que a diretoria da Polícia Científica fez uma perícia preliminar no local e interditou os trabalhos. Os operários do primeiro turno da ampliação do shopping foram dispensados do trabalho na manhã desta terça-feira. A continuidade da perícia da Polícia Civil, segundo a SSP-SP, está prevista para ser realizada pelo Núcleo de Engenharia de Campinas nesta quarta-feira (21). Fiscais do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), vinculado à Prefeitura de Campinas, estiveram no local nesta terça-feira para investigar o ocorrido. Um procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT) também foi ao local nesta manhã. Já o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) deve vistoriar o local durante a tarde, segundo o gerente regional do MTE, Sebastião Jesus da Silva. Hora extra Segundo o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Campinas e região, Francisco Aparecido da Silva, o procedimento de limpeza abaixo da laje recém- concretada não é seguro. "O engenheiro disse que o procedimento é feito rotineiramente e nunca tinha ocorrido nada, mas não é um procedimento correto", afirma. Silva informou ainda que os dois operários que morreram no acidente são do turno diurno e que trabalhavam em regime de horas extras no momento do desabamento. Segundo ele, a jornada excessiva de trabalho foi a principal constatação feita pelo sindicato no local. A Método Construtora não havia divulgado quantos trabalhadores estavam no canteiro no momento do desabamento. Por meio de nota, a empreiteira afirmou que vai apurar as causas do acidente e que prestará todo o auxílio necessário aos familiares dos empregados, inclusive na liberação dos corpos e o traslado para as cidades de origem. A empresa também se colocou à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos necessários. Já o Shopping Iguatemi afirma, em nota enviada pela assessoria de imprensa, que lamenta o ocorrido e afirmou que acompanhará a apuração da construtora contratada. O centro de compras também se colocou à disposição das autoridades para colaborar com a investigação das mortes. Com informações do G1 Campinas-SP.
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