Os Servidores Públicos Municipais de José de Freitas estão em greve por tempo indeterminado. A categoria decidiu paralisar as atividades durante uma assembleia geral extraordinária realizada nesta segunda-feira (28 de julho de 2014), na sede do Sindicato Sismujof. Nesta terça-feira (29), os servidores vão acampar em frente ao prédio da prefeitura municipal.

A categoria reivindica o plano de cargos e salários dos servidores administrativos, a regularização dos repasses das contribuições mensais dos servidores e do Município ao Fundo de Previdência, a partir do mês de abril de2014, que já chega a mais de 1 milhão de reais, assim como  também a apresentação de um parcelamento dos débitos existentes, com a ressalva de que parte deles caracteriza apropriação indébita, por se tratar de valores recolhidos dos servidores e não repassados ao Fundo.

Imagens:Realidade Em Foco

Servidores Municipais de José de Freitas durante a assembleia que decidiu entrar de greve por tempo indeterminado

Os servidores querem ainda o rateio dos recursos oriundos  do ajuste anual do Fundeb do ano de 2013, conforme consta na Portaria do MEC  nº 364, de 28 de Abril de 2014, publicado no Diário da União do dia 29 de abril de 2012 e a devolução dos computadores do Projeto Aplicar.

Professora Auridéia Neves quando falava durante a assembleia que decidiu pela greve

Segundo a professora Auridéia Neves, o sindicato dos servidores municipais, tentou negociar por diversas vezes  com o prefeito Josiel Batista da Costa, que não cumpriu os acordos feitos por ele (prefeito) anteriormente e agora não recebe mais o sindicato. De acordo ainda com Auridéia, somente o prefeito Josiel Batista pode acabar com a greve, cumprindo com os acordos que ele mesmo fez com a categoria anteriormente e não honrou.

Servidores durante a assembleia que decidiram pela greve

“É muito triste ver centenas de crianças sem aulas, pois, o segundo período letivo da Rede Municipal estava previsto para ter início nesta segunda-feira, 28 de julho de 2014, mas a culpa de tudo que está acontecendo é do Gestor Municipal que não está fazendo uma boa administração e que é comum ver a população reclamando em uma rádio comunitária da cidade”, desabafou a professora Auridéia Neves durante a assembleia geral que decidiu pela greve por tempo indeterminado.

Presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Maria das Graças Cruz Santos

A Presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de José de Freitas, professora Maria das Graças Cruz Santos, lamentou ter filho estudando na Rede Municipal, pois também serão penalizados com a greve. Maria das Graças Cruz, durante a assembleia geral que decidiu pela greve, cobrou a presença dos servidores nas manifestações e nos movimentos que serão realizados pela categoria durante a paralisação que teve início nesta segunda-feira, 28 de julho de 2014.

Professora Rosângela cita o caso de Lagoa Alegre-PI, onde o rombo é grande da prefeitura para com o Fundo Previdenciário do Município

A Professora Rosângela também usou a palavra e relatou que no Município de Lagoa Alegre-PI, alguns servidores municipais se aposentaram e o município não está conseguindo pagar os seus salários porque a prefeitura está com uma dívida muito grande com o  fundo previdenciário municipal.

Vereador diz que prefeitura paga servidor que não trabalha

O vereador Alfredo Holanda (PHS) marcou presença na reunião dos servidores de José de Freitas, que decidiram pela paralisação. O parlamentar disse que apoia os servidores por entender que eles estão buscando o que tem direito. Alfredo Holanda acusou a administração do prefeito Josiel Batista da Costa, de pagar prestadores de serviços que não trabalham e estão inchando a folha.

Vereador Alfredo Holanda denuncia que Prefeitura de José de Freitas está pagando servidor que não trabalha

De acordo ainda com o vereador, está prestes a entrar no oitavo mês do ano de 2014 e até hoje, o prefeito Josiel Batista não apresentou na Câmara Municipal nenhuma prestação de contas, demonstrando o seu descompromisso para com os josedifreitenses. O advogado José Pacheco, que defende o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de José de Freitas, acha justa a paralisação e elogiou a decisão tomada pelos trabalhadores municipais de entrar em greve.

Advogado José Pacheco que defende os servidores municipais, quando falava na assembleia que decidiu pela greve

Pacheco disse ainda que não existe nenhuma ação na Justiça pedindo a ilegalidade da greve. Ele acrescentou que essa é a primeira vez que vê servidores entrando em greve por dívidas previdenciárias. “Previdência é coisa séria, se não está em dia com os repasses, compromete não só um, dois, três meses de salários atrasados. Compromete a vida toda do servidor que contribuiu para sua aposentadoria e não tem certeza de ter seu direito atendido no futuro”, afirmou o advogado Pacheco.

Rombo no Fundo Previdenciário

Segundo a professora Auridéia Neves, entre as irregularidades está o caso do Fundo Previdenciário do Município JFreitas Prev, que a gestão do prefeito Josiel Batista já descontou mais de 1 milhão de reais dos contracheques dos servidores e não repassou os valores para o Fundo, assim como também, os valores que por Lei, a prefeitura teria que repassar ao referido fundo.

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Auridéia Neves declarou no dia 23 de julho de 2014 ao Saraivareporter.com, que a greve por tempo indeterminado seria decretada durante uma assembleia geral extraordinária que ocorreu na manhã deste dia 28 de julho, na sede do Sindicato dos Servidores Municipais (Sismujof). Os servidores cobram ainda, o rateio dos recursos no valor de 1 milhão e 197 mil reais oriundos do ajuste anual do Fundeb (ano 2013), conforme consta na Portaria do MEC nº 364, de 28 de abril de 2014, publicado no Diário da União de 29 de abril de 2014 e ainda a devolução dos computadores do Projeto Aplicar, que foram retirados das escolas municipais.