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Promotor afirma que crime contra travesti no Piauí foi por homofobia e acusado vai a júri |
O acusado de matar Elisalberto de Oliveira Mesquita, travesti conhecido pelo nome social de “Fernandinha”, será julgado pelo Tribunal Popular do Júri de Teresina-PI. A informação foi confirmada pelo promotor de justiça Ubiraci Rocha, através de uma rede social. A decisão foi divulgada nesta quarta-feira (20 de agosto de 2014). O suspeito de cometer o crime é Francisco Fábio Rodrigues, conhecido popularmente como “Nego Fábio”.
Ele está preso desde o mês de junho deste ano em Teresina e aguarda procedimentos da Justiça. A morte de Fernandinha aconteceu no dia 5 de janeiro de 2014, na Vila Irmã Dulce, na Zona Sul de Teresina. De acordo com investigação da Delegacia de Homicídios, o acusado usou uma pedra de 20 quilos para esmagar a cabeça da vítima após ter desferido vários socos, pontapés e pauladas. “Hoje, mais uma denúncia de homicídio triplamente qualificado formalizada pelo MP junto ao Tribunal do Júri. A vítima foi a travesti conhecida como "Fernandinha". O motivo: razões homofóbicas. Chamo mais uma vez a atenção do Estado para esse grave fenômeno criminal em nossa cidade”, publicou o promotor em sua página pessoal. Ubiraci Rocha informou que pediu a prisão preventiva de Francisco Fábio. “As qualificadoras levantadas pelo Ministério Público são de crimes torpe, levada a efeito pela prática delituosa por razões homofóbicas, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima”, afirmou o promotor. Segundo ele, o acusado deverá ir a Júri Popular. “As provas são robustas e o Ministério Público arrolou oito testemunhas”. “Esse é o terceiro caso que atuamos em crimes dessa natureza. Dois já foram por nós denunciados e o outro está no aguardo da conclusão do inquérito para posterior denúncia”. A princípio, a polícia havia divulgado que o crime teria motivações passionais e que vítima e acusado teriam relacionamento. No local da morte foram encontrados preservativos intactos e a hipótese de crime homofóbico foi afastada a época. “Mas não posso afirmar nada quanto o elemento subjetivo do elemento ativo. Não posso afirmar o que passou pela cabeça dele. Ele é dependente químico e disse estar sob efeito de entorpecentes na hora da morte. Ele confessou o crime e a motivação que ele alega é ter reagido a um assalto. Mas não foi encontrado arma nenhuma, arma com a vítima ou no local. O Fábio alegou que Fernandinha usou uma faca para pegar o celular dele. O que foi comprovado é o dolo, a intensão de tirar a vida dela, que não tinha como reagir. O que posso dizer apenas é que os autos não apontaram que tal homicídio tinham razões homofóbicas, mas nada que não possa ser comprovado na justiça”, disse a delegada que presidiu o inquérito, Georgiane Karine Cardoso.
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Última atualização ( Qua, 20 de Agosto de 2014 20:15 ) |