Joana Moreira do Nascimento, irmã de Maria Moreira do Nascimento, uma das cinco vítimas da chacina na tarde de ontem (30 de outubro de 2014), em São Miguel do Tapuio-PI, revelou que o acusado Clewilson Vieira Matias, 34 anos, já teria tentado matar a esposa e os filhos do casal. No Instituto Médico Legal de Teresina, enquanto aguardava a liberação do corpo da irmã nesta sexta-feira (31 de outubro), a cunhada do acusado revelou que o autor da chacina jogou gasolina na esposa e nos filhos e ameaçou atear fogo.

"Eu não sei se ele tinha envolvimento com drogas, mas as pessoas falavam. Eu sei de uma vez que ele jogou gasolina na minha irmã e nos dois filhos deles, mas ela nunca falou que ele estivesse agredindo ela. Mas também pode ser que ela estivesse sendo ameaçada.

Joana, irmã da mulher do assassino Clewilson

Na frente de todos, ele era uma pessoa normal", revelou. Joana diz ainda que Clewilson, após matar a esposa, encontrou um dos filhos, de 17 anos, e pediu perdão a ele. A irmã de uma das vítimas disse ainda que a polícia havia recebido denúncias de que o acusado estaria traficando drogas, mas nada foi comprovado.

Viúva viu morte do companheiro
Zoer da Silva Batista testemunhou a morte do companheiro em casa e ainda tentou impedir o assassinato do líder comunitário Juvêncio dos Reis da Silva. Enquanto aguardava a liberação do corpo no IML, em Teresina-PI, ela contou o drama que viveu.

Viúva mostra a mão ferida pelo assassino Clewilson

"Nós estávamos na mesa e tínhamos começado a almoçar. De repente, nós só vimos aquele vulto, um homem armado entrando pela casa. Ele não disse nada e já foi disparando. O primeiro tiro atingiu o pescoço do meu companheiro e a mesa. Depois ele puxou o Juvêncio pela gola da camisa até a porta, sempre atirando. Eu tentei pegar uma cadeira de plástico para bater nele, mas ele viu e pegou uma faca e cortou minha mão. Depois, deu mais duas facadas no meu companheiro", descreveu. Zoer afirma que o acusado nunca tinha visitado sua casa e seu companheiro não falou de desentendimento entre os dois.

Corpo vai para o Ceará
Reginaldo, irmão do professor Roberto Crisóstomo, chegou de Fortaleza (CE) às 3h45min da madrugada desta sexta-feira (31) para buscar o corpo do irmão. Ele disse que está acompanhando o caso a distância e não tem muitas informações sobre como tudo aconteceu. "Meu irmão morava há oito anos em São Miguel do Tapuio e gostava muito de lá. Nós viemos aqui para levar o corpo de carro até Fortaleza, onde ele será sepultado", declarou. O professor tinha cinco filhos, sendo dois com a mulher atual, que está grávida de oito meses.

Irmão do professor Roberto foi até ao IML 

Tragédia
Juvêncio foi o penúltimo a ser morto no trajeto feito pelo assassino. Todas as vítimas estavam a uma curta distância uma da outra. Depois da esposa, a agente de saúde Maria Moreira do Nascimento, 35 anos, Clewilson teria pego uma moto para ir até a casa do professor Roberto Brito Bastos Crisóstomo, que levou dois tiros nas costas. A terceira vítima foi Sidney Tavares Silva, que deixava a mulher em uma escola. De lá, o acusado partiu para matar Juvêncio. O último foi o comerciante Cláudio Barros de Oliveira, que jogava baralho com os amigos. O corpo dele foi o primeiro a ser liberado pelo IML de Teresina nesta sexta-feira. Com informações do Portal Cidade Verde e Campo Maior Em Foco.

Professor Roberto foi morto na escola onde trabalhava

Veja como ficou o corpo do estudante Sidney

Líder comunitário Juvêncio que estaria comandando um abaixo-assinado para tirar Clewilson da comunidade

Maria Teresa, esposa de Clewilson, teria tentando evitar a chacina e acabou morta

Comerciante Cláudio Bastos, morto com um tiro no abdômen

Clewilson, autor da chacina que continua sendo procurado pela polícia