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Menino morto no Rio de Janeiro será sepultado em Corrente |
Terezinha é piauiense e disse que virá para o Estado acompanhada do marido e de uma vizinha com o corpo do filho. “Já está tudo certo, a qualquer momento vamos sair daqui para Teresina, onde uma funerária foi contratada para levar meu filho até Corrente. Estamos esperando o governo entrar em contato, ainda não sei a hora”, destacou a mãe, que ainda está sob efeito de remédios, após a morte de Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos na porta de casa, na última quinta-feira (02) após uma troca de tiros entre policiais e traficantes na comunidade Areal no Complexo do Alemão. Parte da família: outras duas filhas de Terezinha, o genro e uma amiga deixam o Rio de Janeiro de ônibus até Brasília e de lá seguem para Corrente ainda nesta manhã. A diarista informou ainda que tem muitos parentes na cidade e que o cemitério já está contratado. O corpo de Eduardo foi liberado do IML por volta das 19h de ontem e está na Santa Casa aguardando o translado. “Meu filho não é bandido” Terezinha tinha outros quatro filhos já crescidos, Eduardo era o mais novo e o mais próximo da mãe. Ainda ontem (03), em um dos acessos ao Complexo do Alemão, em ato de desespero, ela ameaçou a se jogar na frente dos carros que passavam pela Estrada do Itararé, mas foi impedida pelo marido. Ele, com olhar perdido abraçava os repórteres suplicando por conforto. O relato é do repórter Caio Baretto Briso do Jornal O Globo. A diarista revelou que foi ameaçada por um policial militar quando se deparou com o filho morto na porta de casa. “Ele disse: já que matei o filho, posso matar a mãe também. Eu gritava que ele tinha acabado com a vida do meu filho e cheguei a agredi-lo. Eles atiraram menos de 10 metros e sabiam que era uma criança”, disse Terezinha chorando. Ela afirmou ainda que reconhece o policial que atirou contra seu filho. A versão de que seu filho estaria armado com a pistola durante a ação foi negada por Terezinha. “Meu filho não é bandido. Ele não estava com arma. Ele tinha um celular na mão quando foi morto”. Pais do menino Eduardo de Jesus, de 10 anos, que morreu ontem após ser baleado Foto: Fábio Gonçalves/Agência O Dia/Estadão.
Os tiroteios sucessivos entre PMs e traficantes vêm assustando a comunidade nos últimos três meses. Quatro pessoas morreram em 24 horas. Natural do Piauí, Terezinha que mora há 16 anos no Rio de Janeiro disse que deixará a cidade após a morte do filho. “Eu não quero deixar um pedaço de mim nesse lugar. Tenho cinco filhos e não quero perder mais nenhum”, desabafou a doméstica. Governo do Rio Ela disse ainda que o governo do Rio de Janeiro só resolveu ajudar a família após ela ir para imprensa. “Eles queriam enterrar ele aqui. Se eu não tivesse botado a boca no mundo, ido em rádio, televisão era isso que ia acontecer. O secretário ainda fez corpo mole dizendo que era difícil transportar o corpo por 900 quilômetros e eu disse que nem que custasse um milhão era obrigação deles, porque meu filho está morto é por causa da polícia mal treinada deles”, revelou. Polícia Militar do Rio de Janeiro Policiais do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque) e da CPP, que estavam na ocorrência, já estão respondendo a um Inquérito Policial Militar (IPM). Eles foram afastados do policiamento nas ruas e tiveram suas armas recolhidas para a realização de exame balístico. Com informações do Cidade Verde. |