Cerca de 15 entidades vão participar na manhã desta quarta-feira (15) da manifestação contra o projeto de lei que regulamenta as terceirizações no Brasil. Os trabalhadores de várias categorias, incluindo servidores públicos, comerciários e motoristas e cobradores de ônibus estão concentrados na Praça Rio Branco. A ideia é parar os ônibus e fechar o comércio na manhã de hoje.

Os trabalhadores Urbanitários saíram da Agespisa e seguem em passeata para a Praça Rio Branco, onde vão encontrar com os manifestantes que já se concentram desde cedo no centro de Teresina (PI). Durante o percurso, eles bloquearam totalmente a Avenida Frei Serafim no sentido Leste-Centro, fazendo com que o trânsito fique parado.

(Fotos: Marcela Pachêco/ODIA)

Enquanto isso, cerca de 200 pessoas estão na Praça Rio Branco. Os manifestantes gritam palavras de ordem e tentam convocar mais pessoas para a ação. Aparentemente, o comércio não vai fechar.

Os manifestantes aderiram ao movimento nacional de paralisações e greves contra o projeto das terceirizações. Em Teresina (PI), o protesto conta com cartazes com as fotos dos deputados federais que aprovaram a proposta, acompanhados da frase: “Procurados pelo crime de roubo de direitos”.

Segundo o diretor do Sindicato dos Comerciários, Geucivam Rabelo, os políticos que votaram a favor do projeto de lei estão defendendo interesses próprios. “Eles não pensaram no trabalhador. Isso é um retrocesso e acaba com os direitos já assegurados”, disse o sindicalista.

Já o dirigente do sindicato dos comerciários, Sérgio Brito, conta que a manifestação visa garantir que o congresso não manche os direitos dos trabalhadores. "Não podemos ficar escravos do sistema e não posso aceitar perder os meus direitos. Não aceito exploração, por conta disso, não aceito terceirização", declara.

Para o presidente do sindicato dos hoteleiros (Sintshogastro), Udelci Coelho, é muito importante que os trabalhadores participem das manifestações. "É preciso participar desse dia de luta, pois não podemos aceitar uma proposta tão desmerecedora quanto essa do PL 4330. Com a aprovação, os trabalhadores que vivem de carteira assinada vão perder seus direitos", lamenta.

A Câmara dos Deputados aprovou na noite de ontem, 14, uma mudança no PL 4330. A emenda retira do texto-base a autorização para que empresas públicas e de economia mista - como Petrobras, Caixa e Banco do Brasil - possam contratar terceirizadas. Essa mudança faz com que as medidas não atinjam os concursos públicos, ou seja, a proposta só deve valer para o setor privado.

PL 4330

O Projeto de Lei 4330 prevê a contratação de serviços terceirizados para qualquer atividade-fim de determinada empresa, sem estabelecer limites ao tipo de serviço que pode ser alvo de terceirização. A proposta tramita no Congresso desde 2004, foi aprovada na Câmara dos deputados e segue para ser votada pelo senado para, então, receber a sanção da presidente Dilma Rousseff.

A proposta é duramente criticada pelas centrais sindicais, que afirmam que a terceirização promove a precarização do trabalho, bem como a diminuição dos salários. Os empresários, por outro lado, argumentam que a regulamentação da terceirização é necessária para aumentar a competitividade. Com informações do Portal O Dia.