Os promotores Ubiraci Rocha e Eliardo Cabral, durante entrevista no Jornal do Piauí desta terça-feira (08), comentaram o processo de solicitação para que a Polícia Federal entre no caso Fernanda Lages. Na oportunidade, Eliardo culpou a burocracia e “forças ocultas” pela demora da autorização para que a PF realize um novo inquérito.

Os promotores Ubiraci Rocha e Eliardo Cabral, durante entrevista no Jornal do Piauí desta terça-feira (08), comentaram o processo de solicitação para que a Polícia Federal entre no caso Fernanda Lages. Na oportunidade, Eliardo culpou a burocracia e “forças ocultas” pela demora da autorização para que a PF realize um novo inquérito.

“Tivemos um vácuo entre a divulgação do inquérito e a tentativa de colocar a PF no caso. Fomos muito criticados, mas não deixamos de trabalhar em momento algum. O pedido feito ao ministro da Justiça estava errado, depois ele teve que viajar, sem contar os vários feriados em Brasília. Temos confirmações de que o pedido está na mesa dele”, disse Ubiraci Rocha. 

O pedido foi protocolado no Ministério da Justiça no dia 31 de outubro. Entretanto, outros problemas, de acordo com o promotor Eliardo Cabral, estariam atrapalhando o andar do processo. O promotor fez referência a “forças ocultas” dificultando a entrada da Polícia Federal nas investigações. 

“Existem pessoas aqui no Piauí dizendo que são a favor da Polícia Federal no caso, mas estão fazendo lobby em Brasília para que a instituição não entre no caso”, informou Eliardo Cabral, sem dar mais declarações sobre o fato. 

Autorização do ministro da Justiça

Para Ubiraci Rocha é quase remota a possibilidade de que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, negue que a Polícia Federal entre nas investigações. “O pedido está bem formalizado do ponto de vista legal. Não há como o ministro fugir do pedido. Há pedidos semelhantes na pasta e não há mais o que se esperar da Polícia Civil do Piauí”, explicou. 

Depoimento do taxista

Eliardo Cabral analisou o boato de que um procurador teria recebido informações de que dois taxistas teriam visto Fernanda Lages sendo agredida antes de ser encontrada morta. “Um taxista informou para o procurador que conhecia alguém que viu a estudante sendo agredida. Essa informação será verificada. Não foram dois taxistas”, esclareceu. 

Provas fora do inquérito

Os promotores garantiram que vivem uma nova fase da investigação. “O perito de Brasília já está envolvido com esse caso. Ficamos sem acreditar como um fato importante como haver uma luva do lado do corpo de Fernanda Lages não entrou no inquérito. Estamos brigando agora para fortalecer o laudo”, comentou Ubiraci Rocha. 

Desabafo

Eliardo Cabral e Ubiraci Rocha entregaram cópia do pedido para a entrada da Polícia Federal no caso Fernanda Lages. Eles comentaram que não “aguentam mais” falar no caso e acreditam na resolução do mistério e “punição dos responsáveis”. 

“Fomos chamados de mentirosos, fofoqueiros e ‘achicalhados’. Disseram até que eu estou endiabrado. Mas continuamos trabalhando firme e vamos investigar cada informação que chegar para gente que tenha fundamentos”, disse Eliardo. 

“Não somos ligados a nenhum interesse político ou econômico. Trabalhamos de forma livre e independente. Isso nos dá força para seguir em frente. Fomos ‘talhados’ para a guerra”, garantiu Ubiraci Rocha.

Fonte: Cidadeverde.com