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Justiça determina realização de projeto para Adutora do Sertão do Piauí |
Na condução do processo, o Núcleo de Conciliação em Políticas Públicas da Justiça Federal realizou audiência com as partes envolvidas para buscar a concordância sobre a necessidade de inclusão no orçamento dos valores necessários para a construção da obra, de acordo com o pedido dos Ministérios Públicos no bojo da ação. Na ação civil pública, MPF e MP argumentam que a construção da adutora garantirá o fornecimento de água para os 51 municípios que compõem o semiárido cristalino piauiense onde não há água subterrânea, utilizando-se da água desperdiçada nos poços jorrantes das proximidades, localizado no Vale do Gurguéia. De acordo com o entendimento da Justiça Federal, por meio de decisão da juíza federal Marina Rocha Cavalcanti, não é racional a prática adotada pelo Poder Público de distribuição de água por meio de carros-pipa enquanto milhares de litros de água de poços jorrantes são desperdiçados, em área contígua aquela devastada pela seca. Para ela, essa prática não é racional porque é apenas paliativa, não solucionando definitivamente o problema que se repete ano a ano. Na decisão, a magistrada faz uma conta matemática básica para demonstrar a irracionalidade na utilização do uso dos carros-pipa como política pública no combate à seca. “Se adotada a construção da Adutora do Sertão do Piauí, pelo valor estimado de 950 milhões de reais, se resolveriam 300 anos de seca no estado. Ao passo que com a utilização dos carros-pipa, ao custo de R$ 80 milhões, valor gasto pelo Poder Público em 2014, só seria possível resolver o problema, de forma parcial, por apenas um ano", afirma a juíza. A magistrada ainda destaca que “enquanto o sertanejo passa sede e fome no semiárido cristalino (onde não há água subterrânea) a 120 km dali, onde há um dos maiores depositórios de água subterrânea do mundo, a água é desperdiçada em poços jorrantes construídos com dinheiro público, sem aproveitamento para a população em geral". Entenda o caso A ação foi proposta a partir de um inquérito civil público instaurado pela Promotoria Regional Ambiental no município de São Raimundo Nonato com o objetivo de apurar possíveis danos ambientais decorrentes do desperdício de água no município de Cristino Castro e outros municípios piauienses, resultante do derramamento de água de vários poços jorrantes ali existentes, sem qualquer controle do Poder Público. Além desse, o Ministério Público, por meio de outros inquéritos civis envolvendo 29 municípios da região sul do Piauí, passou a fiscalizar a ação dos Poderes Públicos na adoção de medidas concretas de combate à seca, adotando-se as medidas necessárias à implementação de políticas públicas atinentes à espécie, bem como para fins de obter mapeamento das comunidades e dos moradores rurais que sofram com os efeitos da estiagem. *Com informações da Ascom/MPF |
Última atualização ( Sáb, 19 de Setembro de 2015 08:47 ) |