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Juiz condena a 3 anos menores que mataram colega dentro do CEM |
A defensora Allyne Patrício destacou que, por serem réus confessos, não havia como recorrer do caso. “Sabia da dificuldade de conseguir uma medida mais branda, até porque no Estatuto da Criança e da Adolescência não tem dosimetria penal matemática como no código penal. O juiz até levou em consideração minhas alegações, mas pelos adolescentes serem confessos, optou pela pena máxima”, relatou a defensora. Allyne Patrício disse que não vai entrar com recurso e aguarda a decisão sobre o estupro coletivo em Castelo do Piauí. “Conversei com a família e não vamos recorrer dessa sentença, já que está pendente o recurso de apelação e acredito na inocência deles. Vamos acompanhar os dois casos porque as medidas são unificadas”, explicou a defensora. Defensora Allyne Patrício O promotor de justiça Maurício Verdejo, ressaltou que como não houve recurso, os adolescentes já começam a cumprir a internação determinada. “Não teve nenhum vídeo com a confissão, mas era de fácil resolução, já que confessaram em detalhes desde o dia que ocorreu e eram quatro na cela, três praticaram o ato infracional e um morreu, não teve nenhuma dúvida”, afirmou. Sobre o caso de Castelo, o promotor destacou que o Ministério Público ouviu os adolescentes que sustentam ser inocentes, mas que é o Tribunal de Justiça. “A defesa já acionou o Tribunal de Justiça que já tem relator do caso que vai avaliar se eles são culpados ou não”, declarou. Atualizada às 12h30 O ex-gerente de internação do CEM, Herbert Neves, deu entrevista ao deixar o gabinete do juiz Antônio Lopes, onde testemunhou no caso da morte de Gleison Vieira no CEM. “Tudo já foi provado, acredito que a sentença não será surpresa para ninguém. Não há como dizer que foi culpa do CEM. O problema já se arrasta a tempos. Todos tinham consciência do risco, mas não havia outra alternativa”, destacou Herbert. Ele destacou que no dia do crime, havia apenas cinco educadores no Centro Educacional. Para Marivaldo, a prova de que a situação não foi pontual é o duplo homicídio ocorrido no último sábado(19), também no CEM. “Assim como ocorreu aquele crime, também ocorreram mais duas mortes. Na época da morte do Gleison, os garotos foram retirados rapidamente porque se sabia do risco de novas ocorrências graves. O que acontece é uma reação em cadeia, porque os outros internos ficam muito agitados”, declarou o ex-coordenador do Centro. Atualizada às 10h30 O juiz Antônio Lopes da 2ª Vara da Criança e do Adolescente ouve nesta manhã desta segunda-feira(21), os ex-diretores do Centro Educacional Masculino (CEM) sobre a morte de Gleison Vieira da Silva, 17 anos, assassinado dentro do Centro. O adolescente foi morto no dia 16 de julho e os suspeitos são os três menores que foram condenados junto com ele, no crime do estupro coletivo de Castelo do Piauí, em maio. Na época, o gerente de internação do CEM, Herbert Neves e o coordenador do CEM, Marivaldo Viana foram afastados e respondem a processo administrativo na Sasc. As testemunhas estão sendo ouvidas na presença do promotor Maurício Verdejo e da defensora pública, Allyne Patrício. O afastamento ocorreu no dia 21 de julho. Herbert Neves afirmou, na época, que adotou todas as medidas dentro das condições do centro. "Se não tivesse adotados as medidas, os quatro [adolescentes] hoje estariam mortos. Não dependia de mim, mas do sistema que está superlotado", destacou em entrevista ao Cidadeverde.com. A audiência de instrução e oitivas foi iniciada ainda na semana passada, quando os três suspeitos foram ouvidos e mais sete pessoas, entre eles: três interno do CEM, policiais e educadores de plantão, além do diretor de sócioatendimento da Secretaria de Assistência Social e Cidadania (Sasc), Ancelmo Portela, que na época era comandante do policiamento das unidades educacionais. Essas duas testemunhas de hoje(21) foram arroladas pela Defensoria e não haviam comparecido na última quinta(17). "Se não houver mais apelações o resultado sai no memso dia", afirmou o juiz depois do primeiro dia de julgamento. Os adolescentes que continuam internados no Centro de Internação Provisória (CIP), no bairro Dirceu, zona Sudeste de Teresina.
Fonte:Cidadeverde.com |