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Polícia Federal prende amigo do ex-presidente Lula em nova fase da Lava Jato |
Um dos delatores da Operação Lava Jato, o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, afirmou em depoimento ao Ministério Público Federal que repassou R$ 2 milhões a Bumlai referente a uma comissão a que o pecuarista teria direito por supostamente pedir a intermediação de Lula em uma negociação para um contrato e que Bumlai afirmou a ele que o dinheiro seria usado para pagar uma dívida imobiliária de uma nora de Lula.José Carlos Bumlai Em entrevista ao jornal "O Estado de S.Paulo" publicada em 25 de outubro, Bumlai afirmou que não repassou R$ 2 milhões para a nora do ex-presidente Lula, desmentindo Fernando Baiano. O advogado Arnaldo Malheiros Filho, que defende o empresário e pecuarista, disse que a prisão do cliente foi uma surpresa, porque Bumlai estava em Brasília para atender convocação da CPI do BNDES. A defesa afirmou que ainda está se inteirando dos fatos que motivaram a prisão. Além de prender Bumlai, a PF fez buscas no quarto dele, à procura de provas como documentos e computadores. Dois filhos dele são alvo de condução coercitiva, quando a pessoa é convocada a depor e depois é liberada. Também foram realizadas buscas na casa de Bumlai, em Campo Grande (MS). A PF cumpre, desde a madrugada desta terça, a 21ª fase da Lava Jato, batizada de Operação Passe Livre. Ao todo, foram expedidos 25 mandados judiciais, sendo um de prisão preventiva (a de Bumlai), além de 25 mandados de busca e apreensão e seis de condução coercitiva (dois para os filhos de Bumlai). A ação é realizada em São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Na entrevista, Bumlai disse que não é tão próximo de Lula como é noticiado. Mas o pecuarista confirmou que levou um empresário do setor de petróleo para uma audiência com o ex-presidente em 2011 a pedido de Fernando Baiano. 'Passe livre' As investigações concentradas na atual fase da Lava Jato partem da apuração das circunstâncias de contratação de um navio sonda pela Petrobras com indícios concretos de fraude no procedimento licitatório, segundo a PF. Entre os crimes investigados na atual fase estão fraudes a licitação, falsidade ideológica, falsificação de documentos, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência e lavagem de dinheiro, entre outros. De acordo com a PF, complexas medidas de engenharia financeira foram utilizadas pelos investigados para ocultar a real destinação de valores indevidos pagos a agentes públicos e diretores da estatal. 20ª fase A fase anterior da Lava Jato, deflagrada na semana passada, havia cumprido 18 mandados judiciais e prendeu o ex-gerente executivo da Petrobras, Roberto Gonçalves e Nelson Martins Ribeiro, apontado como operador financeiro. O objetivo desta etapa, conforme o Ministério Público Federal (MPF) e a PF foi buscar provas documentais sobre crimes cometidos dentro da petrolífera. Os dois presos são suspeitos de participação no esquema criminoso de fraude, corrupção e desvio de dinheiro. Eles são investigados por receber valores indevidos de representantes de empresas com contratos relacionados às refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, e Pasadena, nos Estados Unidos, segundo a PF. Ambos tiveram um mandado de prisão temporária expedido. Após o término do prazo, no dia 20 de novembro, a Justiça pediu a prorrogação por mais cinco dias. O prazo vence nesta quarta-feira (25).
Fonte: G1 |