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Conselheira afirma que outras crianças foram chicoteadas e têm peles cortadas em ritual |
Segundo relatos, as crianças apresentam a cabeça raspada e cicatrizes pelo corpo em formato de cruz, cortes superficiais na pele feitos possivelmente com lâminas de barbear. O conselho tutelar conversou com um casal de irmãos, de oito e dez anos, que teriam passado pelos mesmos rituais que a menina morta. Segundo Socorro Arraes, os irmãos estavam com medo de ficarem igual à menina no hospital em coma. “Elas relataram que ficaram sete dias deitadas em uma esteira de palha, levantando apenas para ir ao banheiro. Além disso, elas levavam chicotadas nos ombros e nos pés", afirmou a conselheira. Segundo o conselho tutelar, as crianças frequentavam o mesmo centro religioso e algumas eram das mesmas escolas. "Nós não estamos questionando a religiosidade, mas sim atos de tortura. Nenhuma religião corta uma criança, isso pode ser crime de tortura", diz. Lentidão irrita Os conselheiros Tutelares, Socorro Arraes e Djan Moreira, estão cobrando agilidade no resultado dos exames toxicológico coletada na garota de 10 anos que morreu intoxicada na manhã desta quinta-feira (28). Segundo eles, os exames foram feitos no dia 19 e até agora não tem um resultado. Purificação Ela tinha dado entrada no HUT (Hospital de Urgência de Teresina) havia 15 dias em coma profundo, com a cabeça raspada e lesões pelo corpo, a maioria com cicatrizes em forma de cruz. O Conselho Tutelar recebeu a informação de que a garota participou de um "ritual de purificação" em um terreiro no povoado Flor do Campo, na Zona Rural de Timon, no Maranhão. Diretor geral do HUT, o médico Gilberto Albuquerque, que atendeu a garota, informou que a paciente apresentava sinais de intoxicação, estava desnutrida e com insuficiência renal. Tinha ainda várias lesões nos braços, tórax e pernas com sinais de cicatrizes, maus-tratos e envenenamento, disse ele. A menina passou 15 dias internada no hospital e morreu na manhã desta quinta de falência múltipla dos órgãos. O corpo foi encaminhado para o IML fazer uma autópsia e o resultado será enviado para a Polícia Civil. A Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente abriu inquérito e apura as causas do crime. Exames toxicológicos A conselheira tutelar de Teresina, Socorro Arraes, que ouviu o depoimento da mãe, informou que a criança bebeu uma "garrafada", uma mistura de remédio caseiro. O líquido foi encaminhado ao laboratório para a substância ser analisada. O resultado ainda não saiu. "O relato da mãe é que a menina participou de ritual de purificação e teria pago R$ 500 para curar a filha de uma asma. Ela teria dado um lambedor, uma espécie de garrafada, com folha de manga e açúcar." A Polícia Civil solicitou exames toxicológicos e de lesão corporal. A polícia apura ainda se houve abuso sexual contra a vítima. Na quarta (27), a direção do HUT solicitou nova perícia para investigar a suspeita. Segundo a direção do hospital, a garota apresentou papilomas (verrugas) nas cordas vocais, que podem ser transmitidas sexualmente através do vírus HPV. A mãe da menina não falou com a imprensa após o depoimento ao Conselho Tutelar. Com informações do Cidade Verde. |