|
||||
Conselho Tutelar retira filhos da mãe de bebê morto por desnutrição no PI |
"Levamos as três crianças de 4, 6 e 10 anos para casa de uma tia, que ficou de cuidar delas até que o lar onde moram com os pais tenha mais estrutura. Não houve resistência da mãe, que está em estado depressivo e deve fazer um tratamento. Vamos buscar políticas públicas também para melhorar a situação daquela família", comentou a conselheira. A conselheira Socorro Arrais revelou ainda que as crianças não contavam com higiene adequada e a criança de 10 anos encontra-se abaixo do peso e sem estudar, mas que a tia se comprometeu em ajudar. Conselheira Socorro Arrais explicou sobre medida protetiva (Foto: Catarina Costa/G1 PI) "A casa dos pais é inviável, muito úmida, com fogareiro queimando as paredes e podendo até mesmo causar um incêndio ou outro tipo de acidente. No local não tem cadeira e só uma cama para o casal, não sei onde essas crianças dormiam", relatou. Laudo confirma desnutrição Sobre a morte da bebê de 1 ano e 2 meses, a conselheira disse que o exame cadavérico não comprovou hematomas na criança e aguarda o laudo definitivo para registrar a denúncia no Ministério Público. O laudo emitido nessa quarta-feira (21) pelo Instituto Médico Legal de Teresina (IML) comprovou que a criança foi vítima de uma 'desnutrição grave'. Em entrevista ao PI TV 2ª Edição, Iêda Moura negou ter negligência e disse que a filha recebeu todos os cuidados necessários. A mãe afirmou que a criança teria ficado debilitada depois de uma diarreia. “Ela estava se alimentando bem, era gordinha, mas entrou em uma diarreia. Quando começou a ficar boa, eu levei em um médico no dia 5 e ele falou que ela estava bem melhor, o doutor me garantiu isso. Jamais se ele tivesse dito que minha filha estava ruim, eu teria ficado com ela em casa. Porque mãe nenhuma faz isso. Ela não estava tão desnutrida, mas se desnutriu depois que a doença [diarreia] acampou”, contou. A criança foi levada no domingo (18) ao Hospital São Carlos Borromeo, na Pedra Mole, Zona Leste da capital, bastante debilitada. Segundo a conselheira tutelar Socorro Arrais, já teria chegado morta à unidade de saúde. “A mãe falou que ela foi medicada no dia 5 no mesmo hospital, mas não informou o que a criança tinha. No domingo, 11, retornou ao hospital com a criança, mas ela já estava morta. Vários relatos de vizinhos dão conta de que a criança passava fome e sede”, disse a conselheira. Em entrevista ao G1, Amélia Barbosa, a enfermeira que atendeu a bebê contou que a menina apresentava sinais de extrema desnutrição. “Era um bebê com aparência de idoso, com a pele toda enrugada, desnutrida ao extremo. Quando trouxeram pra cá ela já estava morta, com o corpo enrijecido”, falou. Ainda de acordo com a profissional, vários vizinhos foram até o hospital revoltados com a situação e chegaram a ameaçar os pais. O Conselho Tutelar também apura se os pais fazem uso de álcool e outras drogas. A família conta com uma renda de apenas R$ 400 provenientes do programa Bolsa Família. A mãe trabalhava fazendo diárias de forma esporádica. Disque 100 Para o Conselho Tutelar, muitos casos semelhantes a esse poderiam ser evitados caso a população conhecesse mais a fundo o Disque 100, serviço de utilidade pública da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República criado para receber denúncias de violação aos direitos de pessoas em situação de vulnerabilidade. O serviço funciona diariamente, 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados. As ligações podem ser feitas de todo o Brasil por meio de discagem direta e gratuita, de qualquer terminal telefônico fixo ou móvel, bastando teclar 100. As denúncias podem ser anônimas e o sigilo das informações é garantido quando solicitado pelo demandante. Com informações do G1/Piauí.
|