O promotor de Justiça do Piauí, Régis Marinho interpôs um recurso contra a decisão do juiz Antônio de Jesus Nollêto, que revogou as prisões preventivas dos envolvidos no assassinato do cabo da PM do Piauí, Claudemir Sousa, que era lotado no Bope, crime ocorrido no dia 6 de dezembro de 2016.

O promotor contesta uma das justificativas do magistrado sobre a soltura dos criminosos. Antônio Nollêto afirmou na decisão que todos os requisitos da prisão haviam sido cumpridos como, por exemplo, o comparecimento dos presos em audiências jurídicas.

“Neste ponto nós divergimos e esse é um dos fundamentos do meu recurso jurídico porque eles não tinham como deixar de comparecer a audiência já que estavam presos e quem está preso é conduzido para as audiências, então, eles não tinham como faltar. O ministério decidiu recorrer dessa decisão porque entende que o crime foi uma de gravidade concreta e incomum”, disse Régis Marinho.

Segundo o promotor, ele aguarda pela celeridade do julgamento do recurso para resguardar não só a vida dos próprios envolvidos no crime, como também da sociedade.

“Eu vejo que estando custodiados eles estariam mais seguros do que soltos. Há uma comoção em torno desse caso de modo que a sociedade se sente instável, incomodada, até mesmo com a presença deles. A vida deles estaria mais segura no sistema prisional. Eu aguardo que seja célere porque é um recurso de sentido estrito, em caráter mandamental, ou seja, como um mandado de segurança em defesa da sociedade. Portanto, eu peço liminarmente para quem couber o recurso que aprecie como se fosse um mandado de segurança e que seja imediatamente”, concluiu o promotor.Promotor Regis Marinho

Autores do crime em liberdade

O juiz da 1ª Vara do Tribunal de Júri, Antônio Nollêto revogou as prisões preventivas dos envolvidos na morte do cabo Claudemir Sousa ocorrida no dia 6 de dezembro de 2016. A decisão foi publicada no dia 9 de janeiro de 2018.

De acordo com o magistrado, “em que pese a reiteração delitiva, deve-se considerar que as prisões já perduraram por mais de um ano, e, nesse tempo, os denunciados responderam regularmente ao feito, participando de todos os atos processuais aos quais foram intimados. Assim, a instrução processual pôde ser concluída em tempo razoável, considerando a complexidade do caso e pluralidade dos agentes”.Maria Ocionira e o cabo Claudemir Sousa

Os envolvidos Maria Ocionira Barbosa de Sousa, Thaís Monait Neris de Oliveira, Leonardo Ferreira Lima, Francisco Luan de Sena e José Roberto Leal da Silva vão responder em liberdade sob as condições de não se ausentarem temporariamente ou definitivamente do município, comparecerem todos os atos processuais que forem intimados, também perante juízo para informar e justificar suas atividades, recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga e não se envolverem em nenhum outro delito.Cabo do Bope, Claudemir Sousa

Entenda o caso

O cabo do Bope, Claudemir Sousa, 32 anos, foi assassinado na noite do dia 6 de dezembro de 2016, ao sair da Academia Adrenalina, no bairro Saci, na Zona Sul de Teresina-PI. Dois homens que andavam em um Fiat Uno preto foram os autores de vários tiros contra o policial. Eles fugiram com o apoio de outros dois, que estavam em uma moto.

O policial foi morto quando subia em sua motocicleta, em frente a academia. Os suspeitos chegaram a tomar sorvete ao lado da academia enquanto esperavam a vítima sair do campos de visão das câmeras de segurança do estabelecimento para evitar imagens do assassinato.

Minutos depois do crime, as câmeras de segurança flagraram um veículo com as mesmas características seguindo em alta velocidade em direção a Timon, no Maranhão.

Para a polícia, os motivos do crime são tantos passionais quanto profissionais, já que além de manterem um relacionamento amoroso, Leonardo e Oceonira “trabalhavam” juntos em um esquema fraudulento envolvendo a previdência social. Além de Leonardo Ferreira e Maria Oceonira, outras seis pessoas foram presas pelo crime. Com informações do Portal AZ.