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Promotor e assessor suspeitos de exigir R$ 2 milhões para arquivar investigação contra empresário no Piauí são denunciados à Justiça |
Inicialmente, o valor divulgado pela Polícia Federal (PF) era de R$ 3 milhões. Contudo, na denúncia do MPPI à Justiça consta que a quantia exigida foi de R$ 2 milhões. Segundo o MP, as investigações mostraram que os dois planejaram e executaram um plano de exigir a quantia em dinheiro, em troca de uma vantagem indevida, que deveria ser paga em duas parcelas. A primeira parcela no valor de R$ 500 mil foi paga ao promotor de Justiça Maurício Verdejo em sua própria residência em Teresina-PI, no dia 2 de agosto de 2024, onde ficou acertado que a segunda parcela, de mesma quantia, seria paga no dia 7.
De acordo com a PF, o empresário parnaibano Junno Pinheiro foi ao plantão policial denunciar que foi abordado pelo promotor em um restaurante em Barra Grande, no município de Cajueiro da Praia, no Litoral do Piauí. Assim, após investigações, a PF deu cumprimento a um Mandado de Busca e Apreensão na residência do denunciado no dia 7 de agosto de 2024, data do recebimento da segunda parcela da propina. Na casa do promotor foi apreendido o montante de R$ 896 mil. Em seguida, a polícia deu cumprimento a outro mandado na residência do assessor ministerial, onde apreendeu R$ 10.6 mil. PF investiga promotor suspeito de exigir dinheiro para arquiva investigação contra empresário no PI — Foto: Divulgação/PFPI Promotor afastado e assessor exonerado O assessor André Lima, lotado na 1ª Promotoria de Justiça de Bom Jesus-PI, foi exonerado do Ministério Público do Piauí e o promotor Maurício Verdejo foi afastado temporariamente, pelo prazo de 90 dias, de suas funções após determinação da Corregedoria Nacional do Ministério Público, no dia 9 de agosto. Ele também está proibido de entrar em qualquer dos prédios e instalações do MPPI. O processo que inicialmente tramitava em segredo de Justiça se tornou público no dia 20 de agosto após determinação do desembargador Ricardo Gentil, do Tribunal de Justiça do Piauí. Medidas cautelares Em decisão do dia 19 de agosto, o desembargador Ricardo Gentil não atendeu ao pedido de prisão preventiva dos investigados, mas determinou que deveriam usar tornozeleira eletrônica. Além disso, aplicou as seguintes medidas cautelares: proibição dos investigados de acessar e frequentar as instalações do MPPI; proibição dos investigados de se comunicar entre si, de se comunicar com a vítima, Junno Pinheiro, e também de se comunicar com quaisquer servidores do MPPI; afastamento cautelar do promotor de justiça Maurício Verdejo de suas funções pelo prazo de 01 ano; PF investiga promotor suspeito de exigir dinheiro para arquiva investigação contra empresário no PI — Foto: Divulgação/PFPI R$ 900 mil apreendidos No dia 7 de agosto, um mandado de busca e apreensão foi cumprido em Teresina contra o promotor e a Polícia Federal (PF) apreendeu R$ 900 mil com ele. O dinheiro foi entregue por um empresário que procurou o plantão policial federal e relatou que havia sido abordado pelo promotor de justiça em um restaurante. Conforme a polícia, o MPPI, por meio da Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ/MPPI) deu apoio à PF na operação denominada Iscariotes, em referência ao agente público, que atua em função de fiscal da lei, e traiu a confiança nele depositada pelo Estado e pela instituição. O promotor teria dado o prazo de poucos dias para o empresário pagar a quantia de R$ 2 milhões para não ser mais investigado. Após uma semana de investigação, a equipe da PF conseguiu confirmar a denúncia da vítima e registrar o recebimento de parte do montante pelo investigado. Também foram apreendidos documentos e aparelhos eletroeletrônicos na casa do suspeito.
Fonte: g1/PI |
Última atualização ( Seg, 02 de Setembro de 2024 19:46 ) |