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‘O cemitério é uma extensão da minha casa’, afirma o pai de Fernanda Lages |
O corpo da jovem Fernanda Lages foi exumado no cemitério da cidade de Barras-PI, no dia 14 de fevereiro deste ano e encaminhado ao Estado de São Paulo. De lá foi levado para Brasília, onde passa por exames que possam levar a Polícia Federal a desvendar as causas de sua morte. Fernanda foi encontrada morta em um canteiro de obras na Zona Leste de Teresina-PI, no dia 25 de agosto de 2011. Paulo Lages, o pai de Fernanda, disse em entrevista exclusiva ao Portal AZ que no período em que sua filha esteve enterrada no Cemitério São José, em Barras-PI, visitava diariamente o local. ”Enquanto ela esteve lá eu sempre falei que o cemitério virou uma extensão da minha casa. Eu ia lá todos os dias. Pra mim o cemitério é como se fosse o quarto da minha filha. Eu tenho que ir lá, sei que só vai estar o corpo, mas pra gente que sente alguma coisa por ela, sempre tem que ir lá matar a saudade” Na época da exumação do corpo de Fernanda, Paulo Lages afirma ter sido informado que não iria demorar para receber a filha de volta, no entanto, segundo ele, o prazo estipulado pela Polícia Federal não foi cumprido. “Quando eles [PF] vieram fazer a exumação, eles falaram em 30 a 60 dias, mas já vão fazer quatro meses que eles levaram o corpo da Fernanda. Até terça-feira (03) eles ficaram de ligar pra Cassandra [tia de Fernanda] pra dizer se ela chega até o fim dessa semana. O resultado eles estão querendo apresentar até o final de julho. Eles já informaram que já sabem o que aconteceu lá. Na realidade eles estão esperando o resultados desses exames para confirmar o que eles realmente tem”, explica. O pai de Fernanda voltou a descartar a hipótese de que a jovem tenha cometido suicídio. Para ele, a sociedade piauiense não vai aceitar uma resposta da investigação que não seja a de que a jovem tenha sido assassinada. “A população aguarda ansiosa o resultado dessa investigação. Seja lá o que for que eles vão apresentar, hoje nada é surpresa o que eles vão apresentar, se foi homicídio ou se não chegaram a uma conclusão. Agora a decepção será muito grande se eles inventarem esse negócio de suicídio. É uma coisa que a família não vai aceitar. Não que ela vá procurar outros meios de investigação. A opinião pública depois é que vai julgar o resultado que eles vão apresentar. Vai ficar a cargo da sociedade saber se eles fizeram certo, se mostraram o resultado correto. Agora quem conhecia a Fernanda sabe que ela jamais faria uma coisa dessas”. Paulo Lages disse que após o corpo de Fernanda Lages ter sido levado para a realização dos exames, poucas vezes voltou ao cemitério de Barras e das vezes em que esteve no local foi para preparar o túmulo para o retorno da filha. “Já terminei a parte de ornamentação da sepultura dela. Já coloquei a lápide, coloquei as gavetas, só falta a cobertura que o rapaz não colocou ainda. Estamos aguardando o retorno dela. Eles falaram que eram 30 dias e já está com 120. Após a exumação eu só andei lá umas quatro ou cinco vezes. Sempre nessa parte de terminar o túmulo. Quando ela voltar eu passarei a andar novamente como antes”. Apesar da demora no retorno dos restos mortais de sua filha, Paulo Lages acredita no trabalho da equipe da PF responsável por investigar o caso e diz que os culpados pela morte de Fernanda serão punidos. “Eu acredito que a Justiça dos homens pode até falhar, mas a de Deus não vai. Eu acho que hoje a responsabilidade da Policia Federal é muito grande, pois ela vai ter que provar o que aconteceu com a Fernanda. Eles não podem colocar uma coisa só por colocar. O que eles concluírem vão ter que provar”. Na casa da família, no centro da cidade de Barras, várias fotografias da jovem estão espalhadas pelo imóvel. O quarto da estudante permanece intacto. Paulo Lages conta que as lembranças da filha é o combustível que o faz continuar tendo forças para manter suas atividades cotidianas.
Especulações Indagado pelo Portal AZ sobre as especulações cujo nome de Fernanda foi envolvido, como prostituição, tráfico de drogas e até que a jovem poderia ser portadora do vírus HIV, Paulo Lages disse que confiava na filha, e nunca teve motivos para desconfiar da estudante. “Se o que levou a matarem a Fernanda tem alguma coisa a ver com tráfico, com prostituição eu não vou desmentir. Não porque ela tenha me dito alguma vez que se relacionava com isso. Muito pelo contrário. Agora, as más amizades às vezes é que leva a pessoa a entrar nesse meio. Às vezes por querer sair, ou não querer aceitar, sempre tem um que vai insistir. A Fernanda não ia chegar pra mim e dizer: 'papai eu ando com umas amigas que são garotas de programa, ou eu saio e lá eles usam droga'. Ela nunca falou isso. Ela nunca usou cigarro. Nunca chegou em casa com cheiro de fumante”. De acordo com Paulo Lages, quando o corpo de Fernanda retornar a Barras, não haverá nenhuma cerimônia em especial. Apenas uma benção será dada pelo padre da cidade, e os restos mortais serão enterrados no cemitério São José.
Fonte: Portal AZ |
Última atualização ( Seg, 04 de Junho de 2012 11:38 ) |