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Juiz suspende julgamento de comerciante que matou menor em Esperantina e clima fica tenso entre promotor e advogado de defesa do réu |
O clima ficou tenso nesta quarta-feira (25 de julho de 2012), no Fórum Desembargador Walter Carvalho Miranda, na cidade de Esperantina-PI, a 174 km de Teresina, na Região Norte do Estado, depois que o juiz Marcos Klinger suspendeu o julgamento do comerciante Genivaldo Magalhães Amorim, acusado de ter matado com um tiro de revólver na cabeça, no dia 13 de fevereiro de 2006, naquele Município, o adolescente Cristino de Jesus Gomes. O juiz Marcos Klinger suspendeu o julgamento a pedido do promotor Sergio Reis Coelho que alegou que oito jurados haviam sido visitados antes do julgamento, por familiares do réu, que tem como advogado de defesa, o criminalista Nazareno Weimar Thé. O crime contra Cristino Gomes aconteceu precisamente na localidade Mundo Novo dos Amorim, Zona Rural de Esperantina-PI, dentro do próprio estabelecimento comercial do acusado Genivaldo Amorim. Julgamento suspenso no Município de Esperantina e clima ficou tenso entre promotor e advogado Segundo relatos de parentes da vitima, o crime ocorreu em função de que Cristino se dirigiu até o comércio do acusado para receber o pagamento pelo serviço de empreitada de uma capina e como não chegaram a um acordo, o comerciante sacou um revólver calibre 38 que estava em sua cintura e deu um único tiro na face da vitima que veio a falecer. Agora um fato inédito e que chamou bastante a atenção de todos os presentes na sala de Audiência da Comarca de Esperantina foi a suspensão do referido julgamento, uma vez que o mesmo estava super organizado e que contava com a participação do Juiz, do Promotor, dos advogados de defesa do acusado, bem como também, do réu, dos familiares da vítima e de vários populares e integrantes do Corpo de Jurados. O pedido de suspensão do referido julgamento partiu a principio do representante do Ministério Público Estadual, no Município, o Promotor de Justiça, Sergio Reis Coelho. Segundo o promotor, dos 35 convocados para participarem do sorteio do Corpo de Jurados, oito deles simplesmente teriam recebido visitas de alguns familiares do acusado Genivaldo Magalhães. Em função deste episódio, o promotor Sergio Reis solicitou de imediato ao juiz Marcus Klinger de Madeira Vasconcelos, o desaforamento do julgamento, em razão de que o mesmo considerou a falta de imparcialidade por parte de alguns integrantes dos convocados em iriam participar do referido Júri Popular. Já o advogado criminalista Nazareno Weimar Thé que atua há vários anos na defesa do acusado Genivaldo Magalhães, questionou o porquê do desaforamento do julgamento. O advogado chegou a afirmar que se fosse necessário dispensaria as três pessoas que tinha direito para que o Júri acontecesse e mesmo assim o julgamento foi suspenso pelo magistrado. Vale ressaltar que em determinado momento, tanto o representante do Ministério Público Estadual, bem como, o advogado de defesa do acusado, chegaram a bater boca, sendo necessária a intervenção imediata do juiz Marcus Klinger. O promotor Sergio Reis chegou a falar alto e em bom som que embora tenha solicitado o desaforamento do julgamento para outra comarca da região, mesmo assim quer participar do mesmo, seja lá onde for. “Eu quero dizer aqui doutor Nazareno, que pedi o desaforamento do julgamento, não por medo, de participar dele, mas sim, porque percebi a parcialidade que estava havendo antes mesmo de acontecer o Júri Popular, mas uma coisa eu quero que fique claro, o Júri pode acontecer até em Corrente que irei participar”, disse o promotor Sergio Reis. Já o advogado Nazareno Thé, ao fazer as suas considerações finais, bateu no peito e falou para todo mundo ouvir que tem plena convicção que vai absolver o seu cliente, e vai mostrar que dentro dos autos do processo existem erros grosseiros, o que tachou de “fajuto”. Segundo o criminalista, o seu trabalho é pautado na coerência e na honestidade e é um homem conhecido atualmente em várias partes do país, pelos relevantes serviços prestados por onde quer que passe. Quem também esteve marcando presença no Fórum Desembarcador Walter Carvalho Miranda com o objetivo de cobrar justiça pelo crime, foi a mãe do adolescente Cristino, a doméstica e lavradora Margarida Maria Gomes, de 45 anos de idade e o pai adotivo da vítima, o lavrador Algiomar Pereira Barbosa. De acordo com a doméstica, o seu filho foi morto de forma perversa. “Eu sei que não temos mais condições de trazer o nosso filho de volta para o nosso convívio, mas queremos que a Justiça seja feita e o assassino seja preso”, disse a lavradora. O juiz Marcus Klinger agradeceu a presença de todos e disse que o pedido de desaforamento será encaminhado para o Tribunal de Justiça do Estado, que vai decidir sobre a realização de outro Julgamento posteriormente. “Se dependesse de mim eu também gostaria de participar deste julgamento”, finalizou o magistrado. Fonte: Jornalesp.com |
Última atualização ( Qui, 26 de Julho de 2012 00:35 ) |