Relatórios de monitoramento do ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - revelam que dois parques ambientais nacionais localizados no Piauí tem sofrido com incêndios constantes nas últimas semanas. No Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba, novos focos surgem diariamente. 

A situação é semelhante na estação ecológica Uruçuí-Una, região de Bom Jesus. A situação é mais grave nas nascentes do rio Parnaíba, divisa do Piauí, Maranhão, Tocantins e Bahia. Desde o final de julho, quando as queimadas começaram, foram atingidos 51.481,81 dos 724 mil hectares de vegetação - espaço comparável 51 mil campos de futebol. É a segunda maior área atingida que se tem conhecimento hoje pelo ICMBio, perdendo somente para os quase 150 mil hectares queimados no Parque Nacional do Araguaia, no Tocantins. "Não é um incêndio contínuo. São fotos que acontecem diariamente", explica ao Cidadeverde.com Janeil de Oliveira, analista ambiental e gerente de fogo do parque. Ele afirma que os incêncios atingiram menos de 25% da área da unidade de conservação. "Para números absolutos é um número grande, mas para a área do parque nós não estamos em alerta vermelho".

Foto: Dhiancarlos Pacheco

 Imagem do Parque Nacional das Nascentes

Os incêndios no Parque das Nascentes são de Nível II, considerados de médio porte e que exigem apoio de parceiros em nível local ou regional. Brigadistas do Distrito Federal já foram acionados ao longo das últimas semanas para combater as chamas. Cerca de 70 pessoas já participaram do comabte aos incêndios ao longo da semana. Atualmente, são 28 brigadistas do parque em ação, mais 18 enviados de Brasília e servidores do Ibama do Maranhão, Tocantins e até Sergipe. O relatório do ICMBio do dia 13 de setembro aponta 67 focos de calor na região, detectados por satélite. Já os incêndios em Uruçuí-Una esão em nível I e são considerados de pequeno porte. Nesse caso, apenas as brigadas da unidade combate o fogo. Atualmente são 14 pessoas na parte oeste da unidade de conservação trabalhando para a extinção das chamas. O total da área atingida ainda é desconhedido. A estação ecológica tem 135 mil hectares de cerrado a serem preservados entre Bom Jesus, Santa Filomena e Baixa Grande do Ribeiro. Segundo brigadistas e coordenadores das unidades de conservação, o fogo é provocado por queimadas feitas por habitantes da região para a rebrota da pastagem, que serve de alimentação para o gado. "Esse é um trabalho lento de conscientização e de fiscalização e repreensão. Este ano a gente já tem sentido que a área queimada é menor, não só pelos alertas e repreensões, mas também pelo trabalho conjunto do Ibama e ICMBio", analisa Janiel de Oliveira.