Indignada e revoltada, uma professora concursada do Município de José de Freitas-PI, a 48 km de Teresina, que pediu sigilo do seu nome, denunciou na manhã desta sexta-feira (24 de maio de 2013), ao Saraivareporter.com, que o prefeito daquele Município, Josiel Batista da Costa (PSDC), que prometeu tudo de bom, caso fosse eleito, desde que assumiu a Prefeitura de José de Freitas até hoje, nunca pagou a ajuda de custo dos professores que tem direito a essa ajuda para que eles possam se deslocar para as escolas da Zona Rural do Município. 

A professora afirma que são cerca de 30 professores em José de Freitas, incluindo inclusive os bolsistas, que tem direito a ajuda de custo, conforme a Lei do Magistério. Muitas vezes eles não estão comparecendo às escolas na Zona Rural para dar aula porque não tem dinheiro para pagar os seus deslocamentos. Segundo a professora, isso tem prejudicado bastante os alunos e os professores são obrigados a explicar aos estudantes e aos seus pais que no dia em que não vão dar aula é porque estão sem dinheiro, exatamente, porque o prefeito Josiel Batista desde que assumiu o mandato, nunca mandou pagar a ajuda de custo a que eles têm o direito, conforme a Lei do Magistério.

     Imagem:Portal Em Dia

 Prefeito Josiel Batista e ao seu lado Robert Freitas, o homem que se julga poderoso, que em 2009, teve o mandado de prefeito de José de Freitas cassado, por corrupção eleitoral, nas eleições de 2008

A ajuda de custo por mês para quem trabalha quatro dias por semana é no valor de 120 reais e para quem trabalha durante toda a semana é de 180 reais. As aulas nas Escolas Municipais de José de Freitas, na gestão do prefeito Josiel Batista, tiveram início no dia 25 de fevereiro deste ano e, portanto, neste sábado (25 de maio de 2013) completam três meses do início das aulas e até hoje, a prefeitura não pagou a ajuda de custo aos professores. No início deste mês (maio), o prefeito Josiel se reuniu com os professores, quando prometeu pagar a ajuda de custo e até hoje (24 de maio de 2013) não cumpriu a promessa, o que está deixando os professores mais ainda indignados e revoltados, exatamente, porque os mais prejudicados são os alunos que estudam nas escolas da Zona Rural do Município. Tem professor bolsista que começou a dar aula no dia 25 de fevereiro deste ano e, até hoje, só recebeu o salário referente a um mês, mas não pode falar nada, porque se reclamar perde o emprego e o jeito é aguentar as humilhações.

Veja a carta que a professora fez:

Em José de Freitas ainda há escravidão      

Em 1988, a Lei Áurea aboliu a escravidão no Brasil. Mais de um século depois, porém, a nossa cidade ainda vivencia a maior vergonha mundial. Se os escravocratas do Século XVIII reclamavam que um negro cativo saia caro, hoje o custo é zero: até o transporte rumo ao trabalho fica por conta da vítima. Na época em que era permitida a escravidão, o negro que demonstrasse insatisfação pelos maus  tratos seria castigado no tronco. Demití-lo?. Jamais. Substituí-lo custaria caro. E hoje, o que aconteceria se todos que foram aliciados resolvessem renunciar ao regime da escravidão?. E a Escola, como fica no seu papel de formadora de mentes?. E o professor, como conscientizar seus alunos de que é necessário estudar para ter um trabalho digno ele ainda é preso dos escravocratas de hoje?. Professores estão pagando para trabalhar. O dinheiro onde está?.