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Grupos criminosos criam 'código de conduta' dentro de presídios no Piauí |
O Site UOL divulgou nesta segunda-feira (10 de junho de 2013) uma notícia sobre o Sistema Prisional do Piauí. De acordo com a notícia, os presos que seriam líderes de grupos criminosos criaram um tipo de “código de conduta” que seria utilizado para colocar ordem nos presídios. Além disso, foi noticiado que, os detentos que não cumprem o suposto código são levados a um "julgamento" e que segundo o Sinpoljuspi (Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí), isso pode os condenar à morte.
Confira a matéria na íntegra: Presos criam leis próprias e condenam 'colegas' à morte em presídios do Piauí*
"Essas reuniões noturnas são lideradas por facções que existem dentro dos presídios, e devido à superlotação, não temos como separar. Os líderes, ao saberem que determinado preso cometeu um delito, fazem o julgamento, na calada da noite, por meio de cartas e códigos que condenam ou não o interno à morte", disse o presidente do Sinpoljuspi, Vilobaldo Carvalho. A violência dentro dos presídios do Piauí já fez oito vítimas fatais este ano. São presos que foram assassinados pelos próprios colegas. Pelo menos cinco deles foram mortos dentro de unidades prisionais do Estado em um período de 40 dias, entre os meses de abril e maio. No código de conduta dos presos há regras tanto para quem já está lá dentro quanto para quem acaba de chegar. Nessas "leis" existem punições para internos que descumpriram alguma ordem, como entrar numa cela calçado ou paquerar a mulher de um colega, por exemplo. As regras também servem para os recém-chegados. Estes ingressam já com uma espécie de "ficha", na qual determinados crimes não são admitidos pelos próprios presos, entre eles estupro, agressão contra mulheres, crianças e idosos e até roubo de celular. "Os presos daqui dizem que para roubar e ser preso tem de ser por um roubo grande. Se for por roubo de celular acabam levando uma surra, porque celular se tornou um artigo fácil de adquirir", afirmou um agente penitenciário que pediu para ter a identidade preservada. "Os presos acusados por estupro, agressões contra mulheres, idosos e crianças já sabem que são os primeiros a morrer durante uma rebelião, por exemplo", disse Carvalho. "Às vezes, nem existiu rebelião, e o preso aparece morto. Já chegou preso pedindo que pelo amor de Deus que o transfira para outro local para não morrer porque foi 'sentenciado' pelo líder, mas a gente fica sem poder fazer nada", afirmou o agente. Dados Segundo projeção do Sinpoljuspi, com os oito presos já assassinados neste ano, o número de mortes violentas dentro de presídios do Piauí em 2013 deve logo superar o registrado no ano passado, que foi de dez mortes, de acordo com dados da Sejus (Secretaria de Estado da Justiça e de Direitos Humanos) do Piauí.
Resposta do Estado A Sejus confirmou as mortes dos presos, decorrentes de "animosidades, rixas e adversidades anteriores ao ingresso no sistema carcerário entre vitimas e autores". E declarou que os confrontos são comuns entre facções inimigas dentro dos presídios piauienses. "Infelizmente no ambiente de confinamento há maior proximidade entre eles", disse a nota, reforçando a tese dos agentes penitenciários de que a superlotação devido à falta de vagas ocorre porque não dá para separar os presos para manter a integridade física deles. De acordo com a nota enviada ao UOL, a Sejus afirmou que são desenvolvidas ações para evitar confrontos entre facções, e que os presos são monitorados pelo Serviço de Inteligência, além de constantes vistorias em celas e pavilhões a fim de encontrar espetos confeccionados artesanalmente pelos internos ao arrancar vergalhões de ferro das próprias grades. "Como agravante dessa situação, aparecem as crises de abstinência pelo não uso de álcool e drogas, afetando o estado emocional e psicológico dos internos, é quando eles apresentam distúrbios de comportamento e violência."
Fonte: UOL |
Última atualização ( Seg, 10 de Junho de 2013 13:57 ) |