Escrito por Saraiva    Qua, 04 de Dezembro de 2019 12:13    Imprimir
Radiologista baleado por PM está sem o movimento de um braço e das pernas

O radiologista Rudson Vieira, que foi baleado por um PM durante uma festa no bairro Buenos Aires no último domingo (01 de dezembro de 2019), está sem os movimentos do braço esquerdo e das pernas devido a uma lesão na medula causada pela bala que o atingiu. Ele está internado na UTI de um hospital particular de Teresina e passa por cirurgia exploratória para avaliar os danos causados pelo projétil. A prima de Rudson, Ravennya Moreira, conversou com a reportagem do Portal O Dia, e deu mais detalhes do estado de saúde dele, que, segundo ela, é gravíssimo. “A bala passou raspando a medula dele, com isso, a região inchou e ele está sem o movimento de um dos braços, mexendo somente o direito. A bala desceu e quebrou uma costela, o que causou também uma perfuração e sangramento no pulmão. Ele está usando um dreno”, explica Ravennya, que também é advogada da família.

Ela acompanha a tomada de depoimento de testemunhas que estavam no local do crime presenciaram todo o ocorrido. Os relatos, de acordo com Ravennya, convergem sempre para o mesmo ponto: não teria tido agressão nenhuma por parte de Rudson, conforme alegou o PM quando de sua prisão. Ela conta que o militar estaria importunando e assediando uma das mulheres que estava na mesma que Rudson na festa, e que estaria, inclusive, acompanhada do primo dele. “Ele [o PM] a todo momento ficava tentando botar cerveja na mesa deles, no corpo dela, cercando ela, e o Rudson se levantou para falar com ele. Pediu uma vez para ele parar e ele não parou. Ele foi de novo, e nessa segunda vez, o PM simplesmente sacou a arma e atirou contra o pescoço do Rudson sem dar nenhuma chance de defesa, atirou mesmo à queima roupa”, relata Ravennya. O policial militar dono da arma de onde partiu o tiro foi identificado como sendo Max Kellyson e ele é lotado no 17º Batalhão de Teresina. Ele foi preso em flagrante, mas acabou sendo solto após passar por audiência de custódia, mesmo o Ministério Público pedindo a conversão de sua prisão em preventiva.

Foto ilustrativa

A advogada da família da vítima disse que vai recorrer da decisão, alegando, dentre outros, que o fato de o PM ter sacado a arma e atirado contra uma pessoa dentro de um ambiente fechado e lotado demonstra que ele colocou em risco a vida de todo mundo que estava lá no momento. “Ele colocou a vida de todo mundo em risco, poderia ter causado um dano ainda maior, dano em mais pessoas inocentes, se tivesse seguido atirando”, pontua Ravennya. A defesa acrescentou ainda que também busca providências em âmbito administrativo contra o militar, acionando, inclusive a Corregedoria da PM e a Secretaria de Segurança Pública.


Fonte: Portal O Dia.