Escrito por Saraiva    Qui, 05 de Janeiro de 2012 16:10    Imprimir
Polícia Militar usa spray de pimenta contra manifestantes em Teresina

Os manifestantes em Teresina-PI seguiram em direção à Ponte Juscelino Kubitscheck e poucos permanecem em frente ao Banco do Brasil, assim como a tropa de choque. O trânsito começa a fluir normalmente nesta região. O comandante da RONE, Capitão Fábio Abreu afirmou que a tropa de choque só vai agir novamente se houverem vários grupos dispersos pela cidade, sendo que se o grupo ficar junto, não haverá mais ações. 

Vários estudantes foram atingidos com balas de borracha e spray de pimenta e eles não manifestaram reação. “Quem estiver ferido, entre na perua, que vamos fazer um Boletim de Ocorrência, tem companheiros sendo presos”, disse uma manifestante no carro de som. O repórter do 180graus Ellyo Teixeira foi atingido com spray de pimenta, além dos manifestantes e populares. Alguns manifestantes estão machucados. Balas de borracha também foram disparadas. A tropa de choque enfrentou os estudantes e teve muita fumaça no local. A correria na Avenida Frei Serafim foi grande com o enfrentamento da polícia. Os estudantes decidiram depois parar o cruzamento da Avenida Frei Serafim com a Rua Pires de Castro, em frente a Agência do Banco do Brasil e um outro grupo permaneceu em frente ao Ministério do Trabalho e outro no cruzamento com a Avenida Miguel Rosa. Há muitos populares trafegando a pé nas ruas devido a impossibilidade do tráfego dos veículos. A tropa de choque agiu jogando bomba de efeito moral e spray de pimenta nos estudantes. Os estudantes chegaram a interditar as duas vias da Avenida Frei Serafim e gerou uma fila de ônibus a espera da liberação do tráfego. Um grupo de manifestantes mais radicais, que foge à linha de protestos do grupo, ficou no cruzamento da Avenida Miguel Rosa coma a Frei Serafim. Eles tentavam a todo custo parar o trânsito, segundo informações da polícia. Novamente a tropa de choque foi encaminhada ao local para conter o ato. Manifestantes saíram do cruzamento e se dirigiram para a frente do Colégio das Irmãs e o trânsito começou a fluir. O vereador Décio Solano foi retirado pacificamente pelos manifestantes da sua Hilux e convidado a discursar no protesto. Muito nervoso, ele estava todo se tremendo, mas foi advertido de que nenhum mal seria causado a ele pelos manifestantes. “Também já fui estudante, manifestando pelos direitos, a integração foi o próprio pedido dos estudantes, eu como vereador tenho feito de tudo para tornar essa situação melhor”, disse se comprometendo a fazer uma reunião com vereadores e levar a manifestação dos estudantes.  “Elmano, eu não aguento, desse jeito eu vou andar é de jumento”, diz uma das canções que os estudantes cantavam no cruzamento da Avenida Frei Serafim com a Rua Coelho de Rezende. O trânsito está completamente parado e o movimento só aumenta com a adesão de populares que dos prédios e das paradas aplaudem o manifesto. Estudantes colocaram pedras e ferros na rua para bloquear a passagem. Eles já estiveram no Palácio de Karnak e tiveram a informação de que o governador Wilson Martins (PSB) não vai reduzir o ICMS, que baixaria o preço da passagem.  O vereador Décio Solano (PT) ficou preso no trânsito, dentro de uma Hilux, aguardando o fim do manifesto que não tem hora para acabar. A Coronel Júlia conversou com os líderes do protesto. “A polícia não vai deixar acontecer o que aconteceu ontem, a população cobrou da gente, dizendo que estávamos omissos, vocês perderam o respeito da população, houve uma divisão do grupo que extrapolou”, disse aos estudantes. O advogado Enzo Samuel, que representa o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Piauí (UFPI) esteve presente, ele foi agredido por policiais da RONE. “Eu lamento muito o que aconteceu, é triste saber que as autoridades agem assim. Queríamos que recebessem os estudantes para negociar e não fazer isso. Sofri lesões no corpo, no lábio e na testa, mas a AOB já entrou com recurso e a polícia afirma que vai afastar imediatamente os responsáveis além da apuração. o cidadão. ”Não queremos prejudicar a sociedade, mas queremos que a prefeitura e o Setut tratem a população com respeito”, disse Antônio Fagner, presidente da União Municipal do Estudantes Secundaristas (UMES). “Há pessoas que realmente radicalizam como aconteceu ontem, esse não é o objetivo do movimento, não somos vândalos como alguns meios de comunicação divulgam, mas não temos como impedir, eles também têm o seu direito de se manifestar”, comentou Antônio sobre alguns estudantes que se encapuzaram na manifestação do dia anterior. Os protestos contra o aumento conta com a participação de uma série de movimentos sociais, como o Sindicado Nacional dos Docentes do Ensino Superior do Brasil (Andes-SN). “Que a sociedade possa se engajar nas ações, pois o Setut e a prefeitura está massacrando a população teresinense, que não tem condição de pagar uma tarifa cara por um serviço de péssima qualidade. Temos que exercer nosso direito de protestar”, declarou o sindicalista Geraldo Carvalho.

 'O movimento não quer o vândalismo', disse presidente da UMES

 

 

Fonte: 180graus.com