Escrito por Saraiva    Seg, 15 de Agosto de 2011 11:47    Imprimir
PMs e Força Nacional chegam para conter conflito em invasão de terras

 

A tenente coronel Júlia Beatriz, da Coordenadoria de Gerenciamento de Crises, chegou com três viaturas da Polícia Militar e mais seis viaturas da Força Nacional. Ela disse que só está no local para mediar o conflito e não para cumprir reintegração de posse. No total, estão no conflito do residencial Mário Covas, uma viatura do Gate, da Rone, duas da Polícia Militar e uma do BPRE, além de seis da Força.

Maria Teixeira, que é dona do barracão que teve a caixa d’água quebrada, disse que chegaram de madrugada e apontaram a arma na cabeça dela e estava procurando um dos líderes, identificado como José da Cruz. “Botaram a arma na minha cabeça, chutaram minha barraca e começaram a tocar fogo”, declarou. Ela disse que tem militares no meio da segurança e estavam sendo recrutados ontem no Promorar. Eles estão recebendo R$ 50 para atuarem como segurança. De acordo com populares, um dos baleados, Betinho, teria morrido no Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Os policiais detiveram dois seguranças acusados de agredir Eliel de Sousa Araújo. Ele disse que passava de bicicleta pelo local e não tinha nada a ver com o movimento. “Um veio e tomou meu celular porque eu tava filmando e o outro veio e me deu pauladas na cabeça e nas costas, um de camisa rosa e outro de camisa vermelha”, afirma Eliel para a coronel Júlia Beatriz. Trabalhadores sem terra estão em confronto neste momento com seguranças na invasão, próximo ao residencial Mário Covas, zona Sudeste de Teresina. Mais de 2.500 famílias estão no local onde ocuparam desde sexta-feira (12). Pelo menos quatro pessoas estão feridas, sendo três atingidas por tiros, supostamente disparadas por seguranças do proprietário do Terreno. Um dos feridos foi identificado como Johnatan, que levou um tiro de raspão no ombro, outros dois foram feridos nas nádegas e na coxa. Um popular que desceu de um ônibus e começou a filmar a confusão também teria sido agredido pelos supostos seguranças. Eles teria tomado o celular do popular. Não há policiamento ostensivo no local. O confronto iniciou por volta das 6 horas e seguranças queimaram as casas e ameaçam os sem terra. Segundo a Jade Darque de Sousa, 16 anos, os invasores estavam dormindo quando os seguranças chegaram derrubando os barracões e tocando fogo. Parte do terreno já foi incendiado. Há todo momento se houve tiros e os seguranças soltam foguetes contra os manifestantes. O repórter fotográfico, Thiago Amaral, que trabalha no local, foi ameaçado por um dos seguranças, que chegou a apontar a arma em sua direção. Segundo a dona de casa, Rosa Maria Pereira de Sousa, uma das invasoras, o terreno pertence a Júlio Soares e este supostamente estaria 15 anos sem pagar o imposto do terreno, por isso resolveram invadir. “Eu tenho seis filhos, um deles especial, preciso de um lugar para morar. Grande parte dos barracões já foi derrubado, mas a confusão continua no local. Muitas crianças e mulheres armadas.

 

 

Gate chega ao local

O Gate chega no local e os invasores correram atrás da viatura. Eles estão armados de foices, facões, cavadores, pedaços de pau. Mulheres, crianças e adolescentes também participam da manifestação. Estão vibrando porque a viatura do Gate foi em direção aos seguranças do proprietário do terreno. Eles estão tentando isolar, para acalmar os ânimos dos policiais e tem alguns que estão desafiando a segurança do terreno. Os invasores disseram que o segurança tinha jogado arma no matagal, após chegada do Gate. Alguns foram procurar a arma e houve um tumulto. Além de quatro policiais do Gate, mais três da Rone chegaram ao local. 

 

 

Segurança nega disparos 

O chefe da segurança conhecido como, Mão de Ferro, admitiu que houve pancadaria, mas afirma que partiu dos dois lados. Ele negou que estejam armados e usam apenas foguete para espantar os invasores. Porém mas nossa reportagem registrou o uso de revólver. Mão de Ferro disse que quatro seguranças foram feridos a pedradas. Mão de Ferro disse que estão cumprindo apenas um mandado de Reintegração de Posse, expedido pelo juiz Sebastião Lima Filho da 7ª Vara Civil, já que não há polícia para fazê-lo. Ele confirmou que os 38 hectares pertencem ao empresário Júlio Soares do Nascimento.  “Não tem polícia para fazer reintegração. Eles invadiram o terreno e nós viemos na paz. Quatro seguranças meus foram para o hospital, feridos de pedradas”, afirmou a Mão de Ferro. O segurança nega que houve sequestro de uma criança e que tenha sido feitos disparos contra qualquer pessoa.

 

 

Fonte: Cidadeverde.com