Escrito por Saraiva    Dom, 09 de Fevereiro de 2014 12:56    Imprimir
Golpe da mega: Quadrilha tentou receber R$ 25 mi no Piauí

Segundo a assessoria do Ministério Público Federal no Estado de Tocatins, a quadrilha que conseguiu subtrair R$ 73 milhões da Caixa Econômica Federal em um falso prêmio da Mega-Sena também tentou aplicar o mesmo golpe no Piauí. Sem informar a data, o MPF-TO informou que a organização criminosa tentou aplicar o mesmo golpe na agência da CEF de Parnaíba (PI), onde Alberto Nunes Tugeiro Filho compareceu em posse de uma DAPLoto (Declaração de Aumento Patrimonial) na qual constava seu nome como ganhador do prêmio da Mega Sena concurso 1521 com valor líquido a pagar de R$ 25 milhões. 

Este valor não chegou a ser recebido pelos fraudadores. O sorteio desse prêmio foi em agosto do ano passado. O Ministério Público Federal no Tocantins, por intermédio da Procuradoria da República em Araguaína, propôs à Justiça Federal ação penal contra Alberto Nunes Tugeiro Filho (Beto), Antonio Rodrigues Filho, Ernesto Vieira de Carvalho Neto, Márcio Xavier de Lima, Paulo André Pinto Tugeiro, Robson Pereira do Nascimento e Talles Henrique de Freitas Cardoso por subtrair R$ 73.094.415,90 da Caixa Econômica Federal, após cometerem fraude contra a conta contábil mantida para pagamento de prêmios de loteria. As investigações continuam e podem apontar outros envolvidos. Até o momento, o MPF considera como mentores do golpe Alberto Nunes Tugeiro Filho e Paulo André Pinto Tugeiro. Os dois irmãos coordenavam as ações de Antonio Rodrigues Filho e Talles Cardoso, que intermediaram a participação de Márcio Xavier de Lima como titular da falsa conta corrente que recebeu o dinheiro. A participação de um gerente de agência da Caixa era fundamental para a realização da fraude, e coube a Ernesto Vieira, suplente de deputado federal pelo Maranhão, o contato com Robson Nascimento, que na época respondia pela agência de Tocantinópolis. A trama criminosa só veio à tona em 12 de dezembro de 2013, quando a CEF descobriu a pendência contábil originada por Robson. Entretanto, a notícia dos crimes só chegou ao Ministério Público Federal em 19 de dezembro, quando tiveram início as investigações que culminaram com a prisão preventiva de Robson, Ernesto Vieira e Márcio Xavier. Os demais denunciados, que também tiveram deferidos os pedidos de prisão preventiva do Ministério Público Federal, encontram-se foragidos. A ação ministerial aponta que os denunciados constituíram organização criminosa com o objetivo de cometer crimes contra a empresa pública federal.

DINÂMICA DA FRAUDE
Os autos da ação apontam que os crimes começaram a ser arquitetados em outubro de 2013, com diversas reuniões e encontros entre os integrantes da organização. Em novembro de 2013, Robson recebeu a proposta para pagamento indevido de um prêmio de loteria, para o qual era necessária a participação de um gerente da CEF para realizar a transação. O grupo criminoso apresentaria uma Declaração de Acréscimo Patrimonial (DAPLoto), documento emitido pela CEF em razão do pagamento de bilhete de loteria premiado. Com a partilha do resultado do golpe, caberia R$ 8 milhões a Robson, R$ 5 milhões a Ernesto e R$ 4,75 milhões a Márcio Xavier. A quantia remanescente seria para Alberto Nunes Tugeiro Filho e Paulo André Pinto Tugeiro, que repassariam a cota de Antonio Rodrigues Filho e Talles Henrique. Todos os denunciados vão responder pelos crimes de organização criminosa, peculato, falsidade de documento público, uso de documento falso e lavagem de bens e valores. Alberto Nunes Tugeiro Filho e Paulo André Pinto Tugeiro, por comandarem a organização criminosa, devem ter a pena exasperada e 1/3 a 2/3. Robson Pereira do Nascimento deverá ter sua pena exasperada em 1/3, por ocupar função de direção em empresa pública.