No município de Corrente-PI, a 874 km de Teresina, no Sul do Piauí, um motorista foi flagrado com um caderno de anotações com uma lista de beneficiários, onde consta nome do eleitor e cônjuge, CPF, comunidade e até coordenada geográfica. Além de dinheiro, os eleitores teriam sido beneficiados com materiais de construção como portas, tijolos e sacos de cimento.

A apreensão ocorreu por volta de 1 hora da madrugada deste domingo (5 de outubro) e de acordo com o Delegado Regional Rodrigo Morais, cerca de 50 eleitores teriam sido beneficiados. O material estava em um carro da "Cerrado FM", rádio que seria de propriedade do deputado estadual João Madson (PMDB).

"O grande fluxo de veículos durante a madrugada chamou a atenção da polícia e durante o patrulhamento encontramos esta lista com nome de beneficiários. Na abordagem não foi achado dinheiro, o que pode caracterizar que a compra de votos já teria ocorrido. No nome de alguns eleitores, inclusive, já tinha o visto de 'ok', o que sugere que o material já havia sido entregue", explica o delegado Rodrigo Morais. Em Corrente, a segurança nas eleições conta ainda com a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Ministério Público. O carro era conduzido pelo diretor da rádio que não teve o nome revelado e foi encaminhado à Delegacia de Polícia Civil.

"Há fortes indícios de que a apreensão se trata de crime eleitoral e já teria sido consumado, diferente de outros casos que ocorreram no Piauí, onde o dinheiro ainda seria entregue. O motorista foi liberado por que não houve o flagrante e deverá responder por corrupção eleitoral", disse o delegado. A esposa do candidato João Madson e coordenadora de campanha, Maria de Lourdes, defende que não houve crime eleitoral e que não foram encontrados  dinheiro ou material de campanha, que caracterizassem a compra de votos.

"Como o motorista é muito conhecido na cidade por ser radialista e ser ligado ao deputado João Madson tinha com ele uma caderneta onde anotava nomes de pessoas, que encontrava na rua, pessoas que pediam para conversar, mas não havia dinheiro nem material de campanha, nada que caracterizasse crime eleitoral, inclusive ele foi liberado. Não houve irregularidade e entendemos que o Ministério Público e a Polícia estejam atentos a tudo e que um carro de uma rádio chama atenção, mas estamos tranquilos, não houve nada demais, inclusive ele já está em casa foi liberado", disse Maria de Lourdes. Com informações do Portal Cidade Verde.