Os agentes da Polícia Federal irão paralisar as suas atividades na próxima quinta-feira e na sexta-feira. O movimento será iniciado na quarta-feira (22), com ato público de protesto em frente à sede da Polícia Federal no Piauí. A categoria reivindica o cumprimento do acordo assinado no fim da greve de 2012. Segundo Luiz Alberto da Silva (foto), presidente do Sindicato dos Funcionários da Polícia Federal do Piauí, o estopim da paralisação é a recente Medida Provisória 657.

“Essa medida atropelou o período de negociações entre a Fenapef e o governo, ignorou as dezenas de propostas de modernização e beneficiou somente o cargo de delegado, o que certamente irá gerar diversos conflitos”, afirma o presidente.

Ainda, de acordo com o Luiz Alberto, a medida provisória 657 torna o órgão mais dividido e burocrático. “Ao invés de reconhecer os avanços da Polícia Federal, essa medida divide e burocratiza a instituição”, declara.

Já para a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), os agentes, escrivães e papiloscopistas federais hoje se sentem castigados pelas operações anticorrupção que realizaram, pois são os únicos servidores federais com salários congelados desde 2009, e sem atribuições definidas em lei.

A medida provisória é chamada de “MP da Chantagem” pelos agentes da polícia federal. O motivo é a sua publicação na semana em que ocorreram os vazamentos do escândalo da Petrobrás. A MP não reconhece os demais policiais, investigadores ou peritos, como autoridades competentes.

As entidades sindicais da categoria espalhadas pelo país calculam que mais de 250 agentes federais abandonam a carreira por desmotivação, interferências políticas e falta de reconhecimento profissional. O índice de doenças é altíssimo, e a queda nos investimentos é lamentável, enquanto o aumento da violência e criminalidade no país aterroriza a população. Com informações do Portal AZ.