Escrito por Saraiva    Qua, 29 de Outubro de 2014 18:58    Imprimir
Viaturas quebradas prejudica atuação dos policiais no Piauí

Uma viatura do 13º Batalhão da Polícia Militar do Piauí parou na manhã desta quarta-feira (29 de outubro de 2014) em trecho da estrada que liga a Região do Bairro Poti Velho, na Zona Norte ao Conjunto Nova Theresina, na Zona Leste de Teresina-PI, por problemas no motor e no pneu, que estava rasgado. Os policiais ficaram fora da viatura, que não podia continuar a viagem. Mas os dois policiais insistiram e conseguiram continuar, mas com o motor emitindo um estranho barulho e o pneu rasgando sua própria borracha. Na Delegacia do 22º Distrito Policial, no Bairro Santa Maria da Codipi, os policiais afirmaram que estão recebendo dez litros para cada viatura fazer plantão de 12 horas. “Muitas vezes, os policiais querem fazer a ocorrência, mas as viaturas estão quebradas ou sem combustível”, declarou Maria Alice, dona de casa que mora no Bairro Santa Maria da Codipi, na Zona Norte de Teresina. Os veículos da Polícia Militar estão recebendo 20 litros de combustível por dia e os policiais são avisados: “se virem”. Na Delegacia do 25º Distrito Policial, no Parque Anita Ferraz, na Zona Leste de Teresina, uma caminhonete L-200 já está deteriorada e sem a identificação foi apagada com o tempo. “Ainda estamos usando a viatura. Aqui tem ruas sem calçamento que é preciso de uma caminhonete assim para se chegar lá”, afirmou o Agente da Polícia Civil Francisco das Chagas, que trabalha na Delegacia do 25º Distrito Policial. A Diretora de Transportes da Secretaria Estadual de Segurança Pública, Albina Santos, afirmou que não é verdade que está faltando combustível para as viaturas das Polícias Civil e Militar. “Não é verdade. Não está faltando combustível. Esses problemas não têm sido registrados na Diretoria de Transportes”, falou Albina Santos. O Ministério Público do Trabalho no Piauí (MPT) indagou através de ofício ao Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Estado (Sinpolpi) se aquela entidade tem conhecimento das medidas adotadas por parte do Governo do Estado, de medidas para sanar graves irregularidades apontadas no relatório de inspeção da Divisão Estadual de Vigilância Sanitária (Divisa), no Complexo Policial da cidade de Picos ou se há previsão de construção de um novo complexo. Antes de responder a diretoria do Sinpolpi lembra que em Picos-PI os prédios das delegacias estão abandonados há anos e o Complexo de Segurança funciona em um prédio alugado. No documento que é assinado pela Procuradora do Trabalho, Christiane Alli Fernandes, foi encaminhada uma cópia do citado relatório cuja inspeção foi realizada no dia 28 de maio deste ano e dentre as irregularidades constatada pela equipe da Divisa estão às péssimas condições do prédio, onde são citadas, a penúria em que se encontram os banheiros onde se percebe de cara o uso de material velho, quebrado e a completa falta de higiene.

Presidente do Sinpolpi, Constantino Júnior

O relatório cita ainda que a questão de falta de limpeza atinge todo o prédio “principalmente no pátio externo com muito mato e lixo, grande quantidade de material em desuso e superlotação de carros e motos apreendidos o que dificulta a circulação na área externa”, diz o documento. Segundo o Presidente do Sinpolpi, Constantino Júnior, a resposta ao ofício do MPT será encaminhada por toda esta semana e nela será informada que nenhuma providencia foi tomada por parte do Governo do Estado para sanar as irregularidades constatadas pela equipe da Divisa. O presidente Constantino disse que vai solicitar a interdição do prédio ao Ministério Público e exigir que o Governo do Estado faça as reformas de três prédios públicos que estão abandonados.

“Gostaríamos também de sensibilizar os parlamentares da região de Picos a destinar verbas para que estes prédios sejam reformados porque é uma vergonha uma região muito bem representada por deputados, mas que não se preocupam com a segurança pública. O sindicalista argumenta que atualmente o Município de Picos tem as suas delegacias instaladas em um único prédio. Estão no Complexo a Delegacia Regional de Picos, as Delegacias do 1º, que funcionava no Centro, 2º DP que era instalado na Avenida Sá Urtiga e 3º Distrito Policial (no Bairro Junco), além da Delegacia de Combate a Violência Contra a Mulher. “Isto é um erro porque enquanto uma pequena área concentra toda esta estrutura, o restante do município fica desguarnecido. Se acontecer algo na periferia na cidade, por exemplo, o aparelho policial não estará presente”, afirma Constantino Júnior.

O presidente do Sinpolpi denuncia ainda que o prédio onde está concentrada toda a estrutura da Polícia Civil na cidade de Picos é alugado de uma família tradicional da região e cujo aluguel deve ter sido feito à base de amizades políticas. Ele lembra que enquanto o Estado paga aluguel caro, os prédios públicos onde funcionavam estas delegacias espalhadas pela cidade estão abandonados e por ironia do destino, servindo de esconderijos para bandidos ou mesmo de base para drogados. Outra providencia a ser tomada pela direção do Sinpolpi é o pedido de cumprimento de uma determinação da Justiça mandando retirar todos os presos da Central de Flagrantes e encaminhá-los aos presídios livrando os agentes policiais da custódia destes detentos, o que ilegal, mas que vem sem seguidamente descumprida pelas Secretarias de Justiça e Segurança Pública do Piauí.

 

Fonte:Portal Meio Norte