Escrito por Saraiva    Qua, 12 de Novembro de 2014 07:44    Imprimir
PF desmonta quadrilha de lavagem de dinheiro que agia no Piauí e em mais 12 estados

A Polícia Federal deflagrou na madrugada desta quarta-feira (12 de novembro de 2014) a Operação Trevo, com o objetivo de desmontar uma quadrilha de lavagem de dinheiro que agia no Piauí e em mais 12 estados. No Piauí, mandados de buscas e apreensão foram cumpridos na sede do Piauí Cap, localizada na Avenida Frei Serafim, no Centro de Teresina.

Ao todo, 12 mandados de prisões temporários, 24 de prisão preventiva, 57 de busca e apreensão e 47 mandados de sequestro de valores, como de bens de imóveis e veículos de luxo são cumpridos. A operação acontece simultaneamente em Pernambuco, Alagoas, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Segundo a PF, as acusações contra a organização criminosa são também das práticas do jogo do bicho, distribuição de máquinas caça níqueis e até da emissão de bilhetes de loteria como título de capitalização.

Momento que os agentes da PF cumpriam mandados de busca e apreensão na sede do Piauí Cap, em Teresina-PI

Para a polícia, a organização criminosa operava por meio de loterias estaduais, cujos valores arrecadados eram repassados as entidades filantrópicas de fachada, fazendo com que o dinheiro ilícito retornasse ao grupo em um procedimento suspeito, com fortes indícios de lavagem de dinheiro. A polícia afirmou ainda que o grupo tem sede no Estado de São Paulo e era responsável por oferecer máquinas caça níqueis a Pernambuco, outros estados e até mesmo no exterior.

No esquema de lavagem de dinheiro, a organização criminosa usava a empresa Ativa Brasil de fachada, que fazia com que o dinheiro retornasse para o grupo. O ramo da organização criminosa era movimentar dinheiro ilegalmente e estima-se que milhões de reais tenham sido desviados. Os investigados podem responder por prática de crime de contrabando, crime contra o sistema financeiro nacional, jogos de azar e lavagem de dinheiro. Somando as penas podem passar dos 30 anos. Cerca de 300 policiais participam da operação.


Operação na sede do Piauí Cap

Policiais federais chegaram no início da manhã  de hoje (12), na sede do Piauí Cap, na Avenida Frei Serafim, no Centro de Teresina-PI. Dois carros de som foram proibidos de sair da sede. Vários agentes trabalharam no local para levar computadores e documentos que auxiliarão nas investigações. No Piauí, a operação está sendo coordenada pelo delegado Alex Chagas.

Sede do Piauí Cap, no momento da operação

Por volta das 9h40min, agentes da Polícia Federal transportaram cerca de 10 caixas com documentos da empresa para a viatura estacionada na porta da sede do Piauí Cap. As caixas estavam adesivadas com a marca Promobem. Os agentes não se pronunciaram e afirmaram que apenas a Superintendência fará declarações sobre o assunto. O delegado Alex Chagas permanece no local com os policiais federais. Antes de se dirigirem à sede da empresa, policiais federais pegaram alguns funcionários do título de capitalização em suas respectivas casas e levaram-nas para o Piauí Cap.

Cofre apreendido pela PF, na sede do Piauí Cap

Informações preliminares dão conta de que a operação é resultado de uma ação do Ministério Público Federal após denúncia referente a pagamento de débitos tributários e de pessoas premiadas. Advogado do Piauí Cap, Igor Cavalcante nega participação do título de capitalização no esquema de lavagem de dinheiro. Ele acompanha as ações dos policiais federais na sede da empresa. A Superintendência da Polícia Federal em Pernambuco, que centraliza as informações sobre a Operação Trevo, divulgou nota sobre a investigação.


Confira a nota divulgada pela Polícia Federal:

A Polícia Federal deflagrou, na madrugada de hoje (12), a Operação Trevo para desbaratar quadrilha que agia em 13 estados da Federação em atividades que se estendiam desde a prática do jogo do bicho e máquinas caça-níqueis até a emissão de bilhetes de loteria, travestidos como títulos de capitalização.

Cerca de 300 policiais participam das investigações, que estão sendo executadas, simultaneamente, nos estados de Pernambuco, Alagoas, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Ao todo, estão sendo cumpridos 12 Mandados de Prisão Temporária, 24 Mandados de Prisão Preventiva, 57 Mandados de Busca e Apreensão, 47 Mandados de Sequestro de Valores, sequestros de bens imóveis e de veículos de luxo.

Os trabalhos contam com apoio da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, da Superintendência de Seguros Privados e da Receita Federal do Brasil.

A organização criminosa operava por meio de loterias estaduais cujos valores arrecadados eram repassados a entidades filantrópicas de fachada, fazendo com que o dinheiro ilícito retornasse ao grupo, em um procedimento suspeito, com fortes indícios de lavagem de dinheiro.

Outro segmento do grupo, com sede no Estado de São Paulo, era responsável pelo fornecimento de máquinas eletrônicas programáveis (caça-níqueis) tanto para Pernambuco como para outros Estados e até para o Exterior.

Outro ramo, ainda, figurava como instituição financeira seguradora de incontáveis bancas de jogo do bicho do Nordeste, garantindo o pagamento dos prêmios e promovendo lavagem de dinheiro.

O tronco principal da Organização, registrou uma movimentação financeira ilegal estimada em bilhões de reais e atuava, tanto no jogo do bicho, como na comercialização de bilhetes lotéricos travestidos de títulos de capitalização em sua modalidade popular, apropriando-se dos valores que deveriam ser destinados a instituições beneficentes ou revertidos em capitalização, obtendo vantagem ilícita em detrimento do povo.

Os investigados podem responder pela prática dos crimes de contrabando, Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, Jogo de Azar e Lavagem de Dinheiro. Somadas, as penas ultrapassam o limite de 30 anos.

Fonte:G1/PI e Cidadeverde.com

Última atualização ( Qua, 12 de Novembro de 2014 14:35 )