Escrito por Saraiva    Qui, 12 de Fevereiro de 2015 07:45    Imprimir
Irmão de repórter é preso acusado de participar do assassinato de professor em José de Freitas

O servente de pedreiro Francisco Rubens Alves da Rocha, que é irmão do repórter Jorge Luís, que escreve em um site de notícias no Município de José de Freitas-PI, foi preso por volta das 17 horas de ontem (11 de fevereiro de 2015), acusado de participar do assassinato do professor José Wellington Gomes da Rocha, morto naquele Município com pancadas na cabeça, no dia 17 de maio de 2014.

Francisco Rubens Alves da Rocha e o menor de iniciais M.A.S, que já foi apreendido no início das investigações do crime e que está em liberdade condicional foram indiciados pelo delegado Luciano Alcântara, acusados de ter praticado crime de latrocínio (roubo seguido de morte) contra o professor José Wellington, que era muito conhecido no Município de José de Freitas. O delegado Luciano Alcântara diz em seu relatório que durante a investigação do crime que durou nove meses, ele chegou a além dos indiciados Francisco Rubens e M.A.S, a mais dois possíveis suspeitos que até o momento não tiveram comprovado os seus envolvimento na morte do professor José Wellington. O delegado Luciano Alcântara também ouviu no inquérito policial, o repórter Jorge Luís, que é irmão de Francisco Rubens que foi preso na tarde de ontem (11 de fevereiro de 2015), após ter a prisão preventiva decretada pelo juiz Lirton Nogueira Santos com o parecer favorável do Ministério Público Estadual, através do promotor de justiça Flávio Teixeira de Abreu Júnior.

Professor José Wellington foi assassinado barbaramente em José de Freitas

Como foi a prisão do suspeito

Francisco Rubens Alves da Rocha estava trabalhando na casa de um comerciante no Bairro Deus Me, em José de Freitas-PI, no final da tarde da última quarta-feira (11 de fevereiro), quando chegou ao local o delegado Luciano Alcântara acompanhado apenas da escrivã Michelly Daianne, que ocupavam um veículo Celta descaracterizado. Na ocasião, o delegado Luciano Alcântara estava de posse do mandado de prisão preventiva contra Francisco Rubens expedido pelo juiz Lirton Nogueira, mas para evitar uma reação de Francisco Rubens, ele usou de inteligência dizendo que Rubens teria sido acusado de um simples delito e ele (delegado) queria ouvi-lo na Delegacia de José de Freitas e que depois o liberaria. Segundo o delegado Luciano Alcântara, o suspeito Francisco Rubens lavou as mãos e numa boa entrou no Celta, no qual foi conduzido para a delegacia e só em seu gabinete ele comunicou a Francisco Rubens que ele estava preso, acusado de envolvimento no crime do professor José Wellington e de imediato o algemou. O delegado Luciano disse que o suspeito leu o mandado de prisão e assinou e no início da noite de ontem (11) prestou depoimento sobre o caso quando fez revelações contraditórias a um depoimento prestado no inquérito. O delegado Luciano Alcântara informou que estava esperando a decretação da prisão preventiva de Francisco Rubens Alves da Rocha para só então enviar o inquérito policial à Justiça.

Investigação do crime

Imagem: Polícia CivilDelegado Luciano Alcântara

A investigação que culminou com a identificação e prisão de Francisco Rubens Alves da Rocha, acusado de envolvimento na morte do professor José Welington durou aproximadamente 9 meses, sendo que a última perícia esperada pelo delegado Luciano Alcântara só foi concluída no dia 6 de fevereiro de 2015. De acordo com o delegado Luciano Alcântara existem provas e indícios robustos de que os autores do referido crime são o adolescente M.A.S. e Francisco Rubens, sendo que ao final da investigação as circunstâncias do delito demonstraram tratar-se do CRIME DE LATROCÍNIO, ou seja, roubo seguido de morte, tendo em vista que dinheiro, aparelhos celulares e cartões de banco foram subtraídos da vítima, a qual foi morta covardemente com uma pancada na cabeça. “Durante as investigações do crime foram utilizados mais de um método de investigação, sendo que se chegou, além dos indiciados Francisco Rubens e M.A.S, a mais dois possíveis suspeitos que até o momento não tiveram comprovado envolvimento na morte de José Welington”, diz o delegado Luciano em seu relatório. O inquérito policial que trata da morte do professor José Welington contém mais de 220 páginas de informações, sendo que no relatório definitivo, de aproximadamente 30 páginas, feito pelo delegado Luciano Alcântara é demonstrado o itinerário percorrido pela vítima no dia do crime (17/05/2014); o resultado das perícias de local de crime, papiloscópica (impressões digitais), de exame cadavérico e a perícia no notebook da vítima. No relatório do delegado Luciano é demonstrado ainda as contradições existentes nas declarações de Francisco Rubens e do adolescente M.A.S. em relação as declarações das outras testemunhas e é informado também as conclusões sobre a possível participação de dois suspeitos que foram investigados no inquérito.

Imagem: Polícia CivilFrancisco Rubens teve a prisão decretada pelo juiz Lirton Nogueira e foi preso pelo delegado Luciano

Indiciados estiveram com a vítima no dia do crime

O delegado Luciano Alcântara informou que está comprovado de que os dois indiciados Francisco Rubens e M.A.S estiveram com a vítima professor José Wellington em uma motocicleta no dia do crime dirigindo-se para o localidade Maracujá, onde posteriormente o corpo de José Welington foi encontrado. Existe no inquérito policial o desenho da dinâmica dos fatos, através de “croquis” demonstrando onde ocorreu o crime, onde foi encontrada a carteira de documentos da vítima e onde foi encontrada também a motocicleta da vítima.

Imagem:JFagora

Populares quando estavam indo ver o corpo do professor encontrado no matagal

Vítima fazia compras para um homem ouvido no inquérito

”Durante a investigação, percebeu-se que a vítima professor José Wellington comprava para um suspeito muito próximo vários bens, sendo que como o professor José Welington era muito organizado, em um caderno e em seu notebook haviam informações de quem e quanto estava lhe devendo, sendo que dias depois de sua morte existe indícios de que um dos suspeitos esteve manuseando o notebook da vítima e deletou um arquivo que continha suas dívidas com a vítima, porém, a perícia da Polícia Civil conseguiu recuperar parte das informações, chegando-se a conclusão que existia no notebook da vítima um arquivo que continha o nome de um dos suspeitos e valores de até 1000 reais que este devia a vítima”, diz o delegado Luciano Alcântara em seu relatório final da investigação. O delegado afirma que o inquérito policial que apurou o caso que obteve grande repercussão em José de Freitas-PI, juntamente com os objetos apreendidos foram enviados para a justiça, onde serão analisados. O delegado Luciano Alcântara agradeceu a compreensão das irmãs e da mãe do professor José Welington em aguardar o desfecho das investigações e elogiou também a contribuição e a discrição da policial civil Michelly Daianne, na investigação.

Investigação feita com cautela

O delegado Luciano Alcântara revelou que conduziu a investigação da morte do professor José Welington de forma cautelosa e o mais sigilosa possível, tendo em vista que percebeu no início das investigações o vazamento de informações sobre a atuação da Polícia no caso. Ele informou também que um dos suspeitos estava tendo acesso aos passos dados pelo Delegado de Polícia na condução das investigações, motivo pelo o qual ele delegado Luciano Alcântara chegou a conversar com algumas testemunhas sozinho e fora da Delegacia de José de Freitas, para que fosse resguardado ao máximo o sigilo das informações.

Francisco Rubens quando estava lendo o mandado de prisão expedido pela Justiça contra a sua pessoa

O delegado Luciano Alcântara informou que o compromisso da Polícia Civil é com a verdade e que em busca dessa verdade foi necessário aprofundar as investigações, chegando a adentrar na intimidade do professor José Welington, sendo que houve tentativas de terceiro de encerrar rapidamente as investigações para que a verdade não fosse completamente descoberta, porém, o trabalho foi feito com paciência e planejamento seguindo os métodos de investigação policial, os quais apontaram para os dois indiciados pelo latrocínio contra o professor José Welington e o nome de mais dois possíveis suspeitos.

Entenda mais o caso

O professor José Wellington Gomes da Rocha que estava desaparecido desde o final da tarde do dia 17 de maio de 2014, na cidade de José de Freitas-PI, foi assassinado e o seu corpo foi encontrado irreconhecível e em estado de decomposição, por volta das 10h30min do dia 20 de maio de 2014, pelo popular conhecido por Raimundo do Gesso. Segundo a professora Creuza Vasconcelos, o corpo do seu amigo José Wellington que era muito conhecido em José de Freitas, onde ele era servidor efetivo da prefeitura, foi encontrado próximo a ponte da localidade Maracujá, e a 1 km do Bairro Deus Me Deu, próximo a um lixão que havia sido improvisado pela prefeitura.

Imagem:Realidade Em Foco

Veja como o corpo do professor José Wellington foi encontrado

Desde o dia 19 de maio de 2014, familiares, professores e amigos de José Wellington faziam buscas no Município de José de Freitas, no sentido de encontrá-lo. O popular Raimundo do Gesso que também participava das buscas acabou encontrando o corpo do professor no matagal, próximo a ponte que dá acesso ao Povoado Ema, após sentir um mau cheiro. Urubus já rondavam o local onde o corpo do professor foi encontrado na manhã de terça-feira (20 de maio de 2014). Na época, o menor de iniciais M.A.S, de 16 anos, foi apreendido por ter sido encontrado com o celular do professor José Wellington.

Imagem:Realidade Em Foco

Populares no local onde o professor foi encontrado morto

O adolescente chegou a passar 45 dias internado no CEIP, em Teresina-PI, por determinação do juiz Lirton Nogueira Santos, que decretou a sua internação no dia 22 de maio de 2014, mas depois o adolescente foi colocado em liberdade, após parecer favorável do Ministério Público Estadual. O menor teria sido visto na companhia do professor José Wellington, em um bar no Bairro Deus Me Deu, em José de Freitas, no final da tarde do dia 17 de maio de 2014, exatamente, o dia em que o professor desapareceu. O menor M.A.S chegou a ser ouvido pelo promotor de justiça Flávio Teixeira de Abreu Júnior, quando ele esteve internado no Centro de Internação Provisória, na Zona Sudeste de Teresina, por determinação do juiz Lirton Nogueira Santos, titular da Comarca de José de Freitas.Veja como ficou a frente da Delegacia de José de Freitas antes de ser encontrado o corpo do professor

O professor José Wellington morava na Rua Mestre Raimundo, 664, no Centro de José de Freitas-PI. Agora concluída as investigações do caso, o inquérito será  analisado pelo Ministério Público Estadual que depois decidirá se denuncia ou não os indiciados no inquérito pelo delegado Luciano Alcântara. O suspeito Francisco Rubens Alves da Rocha está recolhido em uma das celas da Delegacia de José de Freitas-PI, à disposição da Justiça.


Por José Saraiva

Última atualização ( Qui, 12 de Fevereiro de 2015 11:26 )