Uma denúncia de que o Estado do Pernambuco estaria invadindo terras na Chapada do Araripe, no Piauí, para produzir energia eólica, foi recebida pela Assembleia Legislativa e fez com que o deputado Antônio Félix (PPS), provocasse a Procuradoria Geral do Estado e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) para o ajudarem a apurar a denúncia.  “A denúncia foi feita ainda no mês de dezembro, dizendo que Pernambuco tem invadido essa área buscando instalar energia eólica e assim a arrecadação do ICMS (Imposto Sobre Mercadorias e Serviços) iria para lá. Por isso acionei a Procuradoria Geral do Estado”, explicou o deputado do PPS. Segundo Félix, a Chapada do Araripe é um dos locais do Brasil onde há melhor constância de ventos, com capacidade para produzir energia eólica equivalente a mais da metade da energia produzida pela Usina de Itaipu. “A região tem uma das melhores constâncias de ventos do país, pois a velocidade média permanece a mesma nas 24 horas do dia e pode ter uma potência de 6.500 megawatts, mais da metade da Usina de Itaipu que é de 12 mil megawatts”, explica o deputado afirmando que a produção pode ajudar quase todo o Estado, com a energia gerada.

Antônio Félix, que no mandato passado era presidente da Comissão de Estudos Territoriais do Piauí na Alepi, informou que já conversou com o presidente da Casa, Themístocles Filho (PMDB) que confirmou sua permanência no cargo. “Já solicitei ao IBGE as cartas cartográficas da região para veros os marcos e termos uma noção do que pode estar sendo invadido para irmos até o local e apurarmos direito. O governo também tem que se empenhar na causa, já que será uma receita muito grande que pode melhorar a energia do Estado como um todo e atrair mais empresas, que este é o ponto principal para que elas se instalem no estado”, destacou Antônio Félix.  Ele informou que em breve uma comissão deverá visitar a região in locu.

Produção de energia eólica

Ainda no mês de outubro, a empresa Casa dos Ventos ganhou 6º Leilão de Energia de Reserva, com projetos eólicos para diversos estados do país, incluindo o Piauí e Pernambuco. No Piauí, a empresa tem projetos concentrados na Chapada do Araripe, contemplando os municípios de Simões, Padre Marcos, Marcolândia e Queimada Nova. No leilão o Estado conseguiu vender 78MW para projetos de energia eólica, que devem se juntar a outros 400 MW de Caldeirão Grande, o que fará com que o Piauí possua um dos maiores em concentração de empresas de energia eólica do país. Atualmente, o Piauí produz 1,4% de toda energia eólica do Brasil e com essas obras prontas, até 2017, o estado passará a produzir 10% de toda energia eólica brasileira.