Escrito por Saraiva    Qui, 21 de Maio de 2015 12:48    Imprimir
Exumado corpo de estudante morto a tiro quando comemorava jogo do Brasil

Com uma hora de atraso e depois de resolvido um impasse, foi exumado na manhã desta quinta-feira (21 de maio de 2015), no Cemitério São José, na Zona Norte de Teresina-PI, o corpo do estudante universitário Ruan Pedreira, que foi morto a tiros, na Zona Sul de Teresina-PI, quando ele seguia para um bar no conjunto Saci, para comemorar uma vitória da Seleção Brasileira sobre o Chile, na Copa do Mundo, no dia 28 de junho de 2014.

A retirada do corpo do estudante do túmulo durou cerca de 40 minutos e foi levado para o IML, onde estão sendo examinados os restos morais.

Estudante Ruan Pedreira assassinado com uma bala perdida

Um dos peritos que participou da exumação do corpo do estudante Ruan Pedreira é o perito médico legal Antônio Nunes, o mesmo que trabalhou no caso Fernanda Lages, em Teresina-PI.

Túmulo onde foi exumado o corpo do estudante Ruan Pedreira, no Cemitério São José, em Teresina-PI

De acordo com o delegado Danúbio Dias, o laudo deve ser concluído em dez dias e será imprescindível para o fechamento do inquérito que apura o caso que obteve ampla repercussão na Capital do Piauí. “Vamos verificar se os fragmentos do projétil apreendidos no local são compatíveis com os fragmentos alojados no crânio da vítima.

Veja o perito Antônio Nunes, de camisa vermelha, que comandou a exumação do corpo de Ruan Pedreira

Com isso, fecharemos a autoria do crime”, declarou o delegado. A exumação foi acompanhada por tios e primos do jovem. Os pais de Ruan estão sob efeito de calmantes e não foram ao cemitério. “Desde ontem à noite, os pais dele estão tomando remédios. Para mim, essa dor de tirar o corpo dele, foi maior. Tiraram ele da casinha dele”, disse emocionada, uma das tias, que não quis se identificar.

Momento que o corpo do estudante era exumado

Após análise no IML, o corpo deve retornar ao cemitério ainda hoje (21 de maio). A família clama por justiça e até a condenação do autor do crime. “A exumação não era imprescindível, mas vai corroborar com o que está no laudo.

As provas são contundentes. Este exame é só para tirar uma dúvida e talvez nem fosse necessário. Por isso, pedimos essa prorrogação. A família está muito depressiva”, informou o advogado Josélio Oliveira.

Momento que a equipe do IML levava o corpo para o carro do IML

Publicada às 9h58

Um impasse atrasa a exumação do corpo do estudante Ruan Pedreira, 21 anos, marcada para às 9 horas desta quinta-feira (21). A administração do cemitério alega que não foi informada e que faltam equipamentos especiais para a realização do procedimento.

Familiares acompanharam a exumação

O estudante de Engenharia Mecânica da Ufpi, Ruan Pedreira, morto durante jogo da Copa do Mundo no Bairro Saci, em 28 de junho de 2014. “Fomos informados quando os familiares chegaram hoje de manhã para acompanhar a exumação do corpo. Para isso, tem que haver todo um preparo. Precisamos de máscaras, luvas, botas e uma farda que não é reutilizável. Aqui só há dois coveiros, se eles fizerem isso desta forma inviabilizará outros enterros marcados durante o dia”, disse Sílvia Maria Ribeiro, auxiliar da administração do cemitério.

A prima de Ruan, Jaqueline Nobre que representa a família, lembra que a exumação já havia sido adiada. Ela conta que devido à queima de um aparelho o procedimento não fora realizado há duas semanas atrás. “Ficamos de sobreaviso e ontem o delegado nos ligou, informando que técnicos de Minas Gerais estavam aqui em Teresina. Eles são responsáveis pelo conserto do equipamento e caso houvesse um problema novamente, já estariam aqui para resolver”, descreve.

Perito médico legal Antônio Nunes, comandou a exumação

Jaqueline revela que, primeiramente, a família foi contra a exumação, mas ainda tem esperança que o procedimento ajude a encontrar a autoria do disparo que matou o jovem.

Ela também contesta a reconstituição do crime. “Com a exumação, o Ruan não vai voltar, mas enquanto isso, as pessoas que atiraram nele continuam soltas. É muito difícil digerir a dor de ter que abrir um caixão. Ele era filho único. É muito doloroso. Nunca vivemos isso.

Momento que o corpo do estudante Ruan está sendo colocado no Carro Tumba para ser levado ao IML

A reconstituição foi falha. Estou aqui para representar a família e espero que isto sirva pelo menos para tirar a dúvida da polícia que já sabe quem matou. Dias após o crime, fizeram uma perseguição próxima à casa do suspeito, mas ele ainda está solto. Por que será?”, questiona.

Entre os pontos contestados pela prima, estão a falta de interdição da rua onde ocorreu o crime e que não foi feito o protótipo da vítima. Ela compara com as reconstituições realizadas nos casos Fernanda Lages e da menina Isabela Nardoni. “Antes de isso ocorrer com o meu primo, eu era leiga no assunto. Mas hoje entendo que a reconstituição não foi satisfatória. Eles sequer interditaram a rua.

No caso Fernanda Lages, por exemplo, a rua foi fechada, fizeram tudo no mesmo horário e local, houve todo um preparo. O que não ocorreu com o Ruan. No caso Nardoni, chegaram a fazer um boneco com mesmo peso, altura e estrutura física da garota. Estamos esperando o fim do inquérito para pedir uma nova reconstituição”, diz Jaqueline.


O titular do 4º DP, delegado Danúbio Dias, disse que existe apenas um suspeito e um mandado de prisão em aberto. A exumação servirá para comparar o calibre dos fragmentos de pistola 380 apreendidos.

O delegado acrescenta que testemunhas afirmaram ter visto o atirador com uma arma semelhante, mas a namorada do suspeito e outra pessoa afirmaram que não partiu do principal suspeito.

Momento que o corpo do estudante Ruan era exumado no Cemitério São José

“Só existe um nome, um rosto e um suspeito. A companheira dele disse que existe outro atirador, ela mudou o depoimento, mas o que existe nos autos é apenas um suspeito”, concluiu o delegado Danúbio. Com informações dos Portais Cidade Verde e Meio Norte.

Última atualização ( Qui, 21 de Maio de 2015 13:27 )