Escrito por Saraiva    Qui, 11 de Junho de 2015 17:39    Imprimir
Presidente do River Elizeu Aguiar é multado em 30 mil pelo STJD e é afastado do cargo

O presidente do River, Elizeu Aguiar, foi afastado da diretoria do River Atlético Clube após decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva. Ele foi multado em R$ 30 mil por "mala branca", ao ter oferecido dinheiro para que o Interporto vencesse o Moto Clube em partida válida pela Série D do Campeonato Brasileiro de 2014. Isso porque além de vencer o Remo, o River precisava da vitória do Interporto para se classificar para a próxima fase do campeonato.

A decisão do Tribunal pede o afastamento de Elizeu por 180 dias. Nesta tarde a diretoria do clube acabou anunciando em nota que o vice-presidente do Clube, Júlio Arcoverde, assumirá a presidência. "A partir desta data (11.06.2015), Elizeu Aguiar, por 180 dias, não poderá mais responder pelo River Atlético Clube", diz a nota.

No mesmo processo, os auditores da Justiça Desportiva aumentaram de uma para três perdas de mando de campo ao Remo e mantiveram a multa de R$ 5 mil ao clube por desordens na partida.


Os problemas ocorreram no jogo entre Remo e River realizado no dia 14 de setembro de 2014. Na partida o árbitro Suelson Diorgenes de França Medeiros informou a paralisação da partida por oito minutos devido à explosão de bombas, tumultos e pedras arremessadas pela torcida do Remo contra policiais.

Após a partida, o presidente do River, Elizeu Aguiar, concedeu entrevista em que afirmou ter oferecido dinheiro para que o time do Interporto vencesse o Moto Clube. Além de vencer o Remo, o River precisava da vitória do Interporto para se classificar para a próxima fase da Série D. “Fizemos um contato com alguns atletas. O Interporto está passando por algumas dificuldades com salários atrasados, e nós temos alguns atletas que são do estado do Goiás e que já jogaram com alguns de lá. Nós estamos oferecendo 20 mil reais pela vitória diante do Moto”, disse Elizeu em entrevista a um site.


Julgados em 17 de outubro pela Quarta Comissão Disciplinar, o Remo foi punido com multa de R$ 5 mil e perda de um mando, enquanto Elizeu Aguiar negou em depoimento que tenha concedido entrevista e afirmou que a matéria publicada não era verdadeira. Por não haver provas no processo, o dirigente foi absolvido. Após a decisão, a Procuradoria recorreu de ambos os resultados e anexou ao processo a transcrição do áudio em que Elizeu confirma o oferecimento de dinheiro aos atletas do Interporto.


No pedido de majoração das penas, o Procurador-geral da Justiça Desportiva, Paulo Schmitt destacou: “Em relação especificamente as desordens, esse caso é clássico de fixação de perda de mando em um número proporcional a gravidade e a sua execução com ausência de público. É isso que a Procuradoria espera pelo festival de atrocidades e falta de reprimenda a altura do clube diretamente com seus torcedores. O ponto número dois é a manipulação de resultados, fraude, corrupção. Nas nossas andanças pela ENAJD um dos temas que foram eleitos como prioridade diz respeito a isso. Hoje felizmente o artigo 50 do RGC também trata esse tipo de prática. Estamos falando de uma coisa comum como acham comum xingar o árbitro, oferecer dinheiro para jogar, que é visto como uma coisa normal. Oferecer dinheiro para ganhar é igual a aqueles que oferecem dinheiro para perder”, sustentou Schmitt.

Em defesa do Ríver, o advogado Isaac Chaficks destacou o perigo de se basear uma denúncia em uma gravação que não há comprovação de ser a voz do presidente Elizeu Aguiar. “Corrupção, ilicitude é aceitar uma gravação de áudio como prova". Já a defesa do Remo afirmou que o clube tomou todas as medidas previstas na legislação para a prevenção e repressão no estádio. Com informações do 180graus.


Última atualização ( Qui, 11 de Junho de 2015 17:49 )