Escrito por Saraiva    Ter, 16 de Junho de 2015 09:48    Imprimir
Secretario nega que policiais espancaram adolescentes em Castelo do Piauí

Em resposta à capa da Revista Veja desta semana, o site Brasil 247 lançou nota acusando a publicação de querer usar o caso de Castelo do Piauí para defender a redução da maioridade penal. Brasil 247 faz ainda acusações contra a operação que apreendeu os menores e diz que os adolescentes foram espancados para confessarem os abusos contra quatro garotas, que acabaram culminando na morte de uma delas, Danielly Rodrigues, de 17 anos. "Tudo que envolve o caso dos jovens nordestinos é muito suspeito e Veja não se digna a apresentar a versão dos envolvidos, entre eles um maior de idade. Apenas um dos meninos confessou a participação no estupro de quatro garotas em Castelo do Piauí – uma delas morreu. As famílias de três sustentam que eles trabalhavam e que foram espancados pela polícia (um crime tão hediondo quanto o estupro) para confessar. Um pai diz ter como provar que o filho estava trabalhando no momento da agressão", diz o site.

 

Secretário de Segurança do Piauí, Fábio Abreu

Em contato com o Secretário de Segurança do Estado do Piauí, Fábio Abreu, ele rebateu as acusações feitas pelo site e negou que qualquer tipo de agressão contra os menores tenha partido da polícia. "Todas as oitivas dos menores foram feitas na presença de conselheiros tutelares e dos responsáveis. Todo procedimento foi tomado com a presença das autoridades, até por que são menores. Até mesmo o próprio acusado, o Adão de Sousa, foi ouvido na presença de seu defensor. Sobre qualquer tipo de agressão, pode ter vindo da população, pois quando eles foram pegos havia uma comoção muito grande na cidade. Mas por parte da polícia não", disse ao 180 o secretário. Ainda acusando a Revista Veja, o site diz: "A publicação da Editora Abril, no intuito de promover a comoção social pela mudança na legislação penal, utiliza o drama dos garotos pobres de uma das regiões mais carentes do Brasil sem observar que sequer o exame de DNA, prova conclusiva em casos semelhantes, tenha sido realizado".

Em sua capa, nesta semana, Veja aborda o caso e o relaciona ao debate da redução da maioridade. Dá detalhes de como o crime aconteceu com base no vídeo gravado com um dos menores no local onde as quatro garotas foram abusadas. Os jornalistas de Veja fizeram uma comparação entre legislação brasileira com a de países que compõem o G7, grupo das nações mais industrializadas e desenvolvidas do mundo. "De todos eles o Brasil é, entre os sete que fixam em 18 anos a idade a partir da qual um jovem pode ser julgado como adulto, o que prevê menos tempo de internação", segue. E sem falar que, na prática o prazo nem é cumprido integralmente.

Brasil 247 vai além e faz a defesa dos meninos apontados pelo crime: "A mãe de B.F.O., 15, que aparece na capa da revista, disse à Folha que acredita na inocência do filho. "Ele pode já ter feito muita coisa errada, mas isso [estupro], não. Ele nega." O pai de J.S.R. 16, afirmou, também à Folha, que testemunhas viram seu filho trabalhando. "É por acreditar na inocência dele que estou indo atrás. Quero que ouçam as testemunhas. Se no final as provas mostrarem que ele é culpado, tudo bem, ele vai pagar por isso", diz ele, que afirma ter havido espancamento do filho. O terceiro jovem condenado à execração na capa de Veja é G.V.S., 17. A mãe diz que o filho começou a se envolver com drogas aos 13 anos, mas que alega inocência nesse caso e diz ter confessado porque foi espancado. O pai de I.V.I., 15, diz que não falou com seu filho após a apreensão e, por isso, não sabe qual é a versão dele. O caso está sob segredo de Justiça.

 

Fonte: 180

Última atualização ( Ter, 16 de Junho de 2015 11:38 )