Escrito por Saraiva    Sex, 31 de Julho de 2015 09:30    Imprimir
Ex-prefeito preso no PI acusado de matar a esposa contrata pericia particular e diretor Nunes diz que é para confundir o povo

O diretor do Departamento Técnico de Criminalística, Antônio Nunes e o perito criminal Carlos Belfort sustentam a tese de que a primeira-dama do Município de Lagoa do Sítio-PI, Gercineide de Sousa Monteiro Rabelo, foi assassinada. Os suspeitos do crime são o ex-prefeito José Simão e a empregada doméstica Noêmia Maria da Silva Barros que estão presos à espera de julgamento.

Porém, a defesa do ex-prefeito suspeito contesta a perícia realizada pelos técnicos piauienses e contratou o médico legista George Sanguinetti para fazer novos exames. Em entrevista ao Notícia da Manhã, na TV Cidade Verde, nesta sexta-feira (31 de julho de 2015), o perito Antônio Nunes caracterizou a alegação da defesa do ex-prefeito como uma tentativa de confundir a opinião pública.Diretor da Pericia Técnica do Piauí, Antônio Nunes

“Ele tem o direito de fazer questionamentos e contratar uma perícia particular. No entanto, a melhor maneira de discutir é nos autos e não seria a nível de mídia, contestando o que a gente fez. Essa é uma estratégia para plantar dúvidas na cabeça do povo, pois se o ex-prefeito for a júri popular, quem julga é o povo”, disse Nunes. O diretor do Departamento Técnico de Criminalística do Piauí destaca que está tranquilo em relação aos questionamentos e que tem explicação para todos os argumentos da defesa.

“Neste caso participaram o Instituto Médico Legal e o Instituto de Criminalística. Foi feito um trabalho bem feito, com sete peritos, sendo dois criminais e cinco peritos médicos legais. As contestações feitas podem ser tranquilamente explicadas, uma a uma”, reitera. A defesa de José Simão contesta tanto a perícia de local de crime como o exame cadavérico. Entre os pontos criticados estão:

Horário de crime

Ele alega que a massa pastosa encontrada no estômago da primeira-dama seria secreção gástrica e que não haveria mais alimentos. “Essa massa pastosa é o final da digestão. O intestino delgado não absorve arroz, feijão ou outro alimento do jeito que ele chega. Ele é digerido parcialmente no estômago e depois que termina a digestão a nível de intestino delgado e absorção. Mesmo que procedesse a informação dele, seria melhor ainda, pois se ele diz que não tinha mais alimento lá corrobora ainda mais o que a gente disse: que a morte ocorreu após quatro ou cinco horas da última alimentação ”, revela Nunes. A perícia oficial do Estado aponta que Gerniceide de Sousa morreu por volta de 1h.

Perícia na arma

O perito criminal Carlos Belfort, responsável pelo laudo de local de crime, disse que a arma foi analisada. Sobre o questionamento das digitais, o especialista destaca que a análise foi realizada, mas o fato do revólver ter sido envolvido em uma flanela apagaram as provas. “As digitais são aderência de gordura da pele e facilmente retiradas. Em relação a exames para saber se tinha sido feito algum disparo recente com a arma apreendida, esse exame está em desuso e foi abolido há mais de 10 anos. Já a questão dos exames nas mãos do prefeito não foram feitos porque quando a perícia chegou já tinha passado mais de 12 horas da hora do crime e o suspeito poderia ter lavado as mãos ou usado algum material para proteger as mãos durante o disparo”, disse Belfort.

Posição do corpo

“A vítima foi encontrada com corpo deitado, o que significa que ela mesma chegou naquela posição de relaxamento. Não havia nada no quarto que indicasse que houve luta corporal, como sugere o professor de Medicina Legal Sanguinetti. Ela não reagiu. Não há lesões de defesa, nada nas unhas ou algum que corroborasse para a defesa dela. Quem vai aceitar ser segurada, receber um tiro, sem tentar reagir. São argumentos parciais e sem isenção”, reitera Belfort. Antônio Nunes e Carlos Belfort disseram ainda que estão conversando com a assessoria jurídica para tentar a reparação de danos. “Essa alegação de laudos inservíveis é usada em todos os casos em que ele perde, como já aconteceu no Piauí, em Alagoas, no caso da garota Nardoni, em São Paulo e em outros casos. Está sendo avaliado se é possível pedir uma reparação. Ele agiu de maneira desrespeitosa, foi agressivo e agiu de maneira a buscar publicidade, fazer teatro”, reitera Belfort. Com informações do Portal Cidade Verde.

Última atualização ( Sex, 31 de Julho de 2015 09:38 )