Escrito por Saraiva    Sáb, 28 de Maio de 2016 18:03    Imprimir
Corregedoria da Polícia Civil apura 144 denuncias, entre tortura e extorsão

Evitar envolvimento de policiais em situações ilícitas tem sido uma das missões mais importantes da Corregedoria Geral da Polícia Civil do Piauí. É que os números de processos e procedimentos instaurados contra civis são alarmantes. Somente nos primeiros cinco meses de 2016 já foram registrados 144 processos disciplinares contra policiais civis no Piauí. Desse total, oito são inquéritos pelos crimes de tortura, abuso de poder, extorsão e furto. Em 2015, o órgão registrou 170 procedimentos durante todo o ano, apenas 30 casos a mais do que foi registrado em cinco meses. Segundo o delegado Sebastião Escórcio, o aumento das denuncias é justamente porque as vítimas perderam o medo de procurar a corregedoria. “O aumento não significa que os policiais estão cometendo mais crimes, quer dizer que as pessoas perderam o medo de denunciar e estão procurando cada vez mais a Corregedoria. É uma missão difícil, mas estamos tentando combater crimes dentro da instituição Polícia Civil”, disse.

Armários da Corregedoria lotados de processos.

Ainda segundo o delegado, muitos processos culminaram na expulsão de policiais infratores. “Várias pessoas já foram expulsas da Polícia Civil porque cometeram algum tipo de crime grave. Nossa função primordial é abrir processo disciplinar para apurar os atos desses policiais. É inadmissível que um servidor público cometa um furto qualificado ou extorsão como ocorreu nos últimos dois casos recentes que a mídia tomou conhecimento. Al final do processo, isso pode culminar na demissão dos peritos flagrados”, relatou Escórcio.

Delegado Sebastião Escórcio, da corregedoria da Polícia Civil.

Dois casos recentes

No dia 9 desse mês, um perito criminal da Polícia Civil do Piauí foi preso em flagrante suspeito de cometer ameaça e extorsão. Segundo informações do delegado Adolpho Cardoso, o flagrante foi feito na Rodoviária Lucídio Portela, Zona Sudeste de Teresina, quando o perito tinha expectativa de receber R$ 1 mil da vítima extorquida, mas acabou levando apenas R$ 100. O segundo caso foi registrado no dia 23 desse mês, quando um também perito do instituto de criminalística da Polícia Civil do Piauí, de 53 anos, foi preso em flagrante pela Corregedoria da instituição, dentro do órgão onde trabalhava, suspeito de furto qualificado. Segundo o delegado Adolpho Cardoso, o suspeito entrou em uma sala de acesso restrito e furtou a carteira e um óculos de um colega. O policial detido ganha mais de R$ 13 mil, segundo informações do portal da transparência do governo do Piauí.