Escrito por Saraiva    Sex, 24 de Junho de 2016 19:36    Imprimir
Suspeito de mandar matar ex-namorada no Piauí ligou para família momentos após o crime

O homem investigado pela Polícia Civil do Piauí por comandar a morte da ex-namorada Leurilene Brenda Ribeiro, em Teresina-PI, de dentro de um presídio no Rio de Janeiro entrou em contato com uma prima da vítima através das redes sociais horas depois do crime. Nas mensagens da conversa, o suspeito pergunta para uma prima “o que estava acontecendo” e alega ser “inocente” do crime.

A mensagem foi enviada à prima, que preferiu não ser identificada, por volta das 2 horas da madrugada da última quinta-feira (23 de junho de 2016), horas após o crime. “Ei cara. Tem uns comentários aqui que estão falando que foi eu que mandei (matar). Jamais. Esse cara que fez isso vai pagar. Os policiais estão vindo aqui para me pegar. Eu não sei de nada. Eu não sabia disso. Estão colocando a culpa em mim. Eu já estou f... Querem me f..., mas eu não tenho nada a ver”, disse o suspeito em mensagens enviadas à prima da vítima.

Leurilene Brenda Ribeiro foi morta quando estava na companhia de uma amiga. De acordo com o delegado Francisco das Chagas Santos Costa, o Barêta, a jovem sofreu uma emboscada, levou facadas nas costas e foi alvejada com tiros. Segundo ele, o suspeito não aceitava o término do namoro.
Em certos momentos da conversa com a prima de Laurilene, o suspeito pede para falar com a família e mostra preocupação com o acontecido. Além disso, ele se diz inocente e diz que a família está jogando a culpa em uma coisa que ele não fez. “Estou para ficar doido aqui. Quero falar com vocês aí ou com a mãe dela cara. Não estou nem acreditando nisso aí. Me ajuda cara.
Tá doido. Vou pra onde. Ela cara. Tá doido. Meu Deus, a Leure cara, minha vida”, escreveu ele.

Leurilene Brena foi morta a tiros e facadas
A prima afirma que o suspeito nunca aceitou o fim do namoro com Laurilene, que a importunava com ligações diárias e mensagens. A ex-namorada teria o bloqueado em todas as redes sociais e isso fez o homem procurar pela prima, pedindo que ela o ajudasse a falar com a ex-companheira.
“A Lauri falava muito dizendo que ele a ameaçava e dizia que ela ia ficar com ele e mais ninguém. Ele não gostou do fim do relacionamento e ficou com raiva por conta disso. Ficava perturbando ela dia e noite mandando mensagens e ameaçando que se ele descobrisse que ela estava ficando com uma outra pessoa ele ia mandar matar ela e ele”, disse.

Sozinha

A dona de casa Maria do Carmo Ribeiro da Silva, 43 anos, mãe da jovem de 22 anos morta na quarta-feira (22), no bairro Promorar, Zona Sul de Teresina-PI, busca respostas para o assassinato da filha. Inconformada, ela não sabe como serão seus próximos dias, já que há 1 ano e seis meses, seu filho mais velho também foi morto a tiros. Segundo a polícia, o suspeito de ser o mandante é um ex-namorado da moça e teria dado a ordem de dentro do presídio no Rio de Janeiro onde está preso.

“Eu tive dois filhos. Ela e outro que morreu há um ano e meio também assassinado. É uma dor muito grande que só eu como mãe sei o que estou passando. Eu perdi os dois da mesma forma. Minha filha criava meus três netos comigo. Agora ela se foi e deixou para eu criar sozinha”, disse.Maria do Carmo chora ao lamentar perder o primeiro filho e agora o último filho assassinados (Foto: Fernando Brito/G1)

Suspeitos presos
Suspeitos de executar a jovem, um rapaz foi preso e um adolescente apreendido na noite de quinta-feira (23) no bairro Itaperu, Zona Norte de Teresina. Com eles os policiais apreenderam uma arma de fogo, que pode ter sido usada no crime. O menor chegou a assumir a autoria.
O ex-namorado da vítima é suspeito de matar um rival no bairro Parque Piauí, Zona Sul da capital piauiense, ainda em setembro do ano passado. Após o crime, ele fugiu para o Rio de Janeiro, sendo incluído no banco de dados de procurados do Ministério da Justiça e preso dias depois.
“Ele deve ser transferido para Teresina. A jovem foi morta, pois não queria mais ficar com ele. Estamos investigando algumas pessoas que podem estar envolvidas neste crime", relatou o delegado Barêta.

Delegado Francisco das Chagas Santos Costa, o Barêta

Ainda conforme o delegado, o rapaz demonstrava pelas redes sociais estar insatisfeito com o término do relacionamento. Em uma das postagens ele chegou a ameaçar de morte a jovem ao usar a expressão “muita bala nela” por ter o namoro encerrado.

“Tudo era comandando de dentro do presídio. Ele usava o celular para fazer ameaças e dar ordens aos seus comparsas de como seria o crime”, falou o delegado Barêta, que é o coordenador da Delegacia de Homicídios de Teresina. Com informações do G1/PI.

Última atualização ( Sex, 24 de Junho de 2016 19:46 )