Escrito por Saraiva    Qua, 24 de Agosto de 2016 11:35    Imprimir
Taxistas monitoram adolescente para "fazer justiça com as próprias mãos"

Com a fama de “fazedores de justiça com as próprias mãos”, taxistas de Teresina estão monitorando um adolescente de 16 anos, morador do bairro Monte Horebe, na Zona Sudeste de Teresina-PI. O menino é apontado como sendo o autor do disparo que matou o taxista Pedro Manoel de Oliveira Neto, de 37 anos, quando ele fazia uma corrida para dois homens e foi abordado pelo adolescente e por outro rapaz. O garoto pode morrer a qualquer momento se a polícia não intervir. Era por volta de 2 horas da madrugada de segunda-feira (22/08). Pedro Manoel pegou passageiros nas proximidades de uma boate, no Dirceu. No taxi dele entraram dois rapazes que haviam saído do baile. Cerca de 400 metros depois, o táxi de Pedro foi cercado por dois rapazes em uma motocicleta, que foram logo atirando. Duas balas acertaram o taxista e outra feriu um dos passageiros, que está fora de risco de morte. Já Pedro Manoel foi morreu em seguida. Quando o dia amanheceu, antes mesmo da polícia identificar os autores, os taxistas já haviam feito todo o levantamento do caso e sabiam o nome do adolescente autor do tiro. Eles começaram o trabalho de investigações a partir do passageiro sobrevivente. Os rapazes que estavam no táxi eram os alvos dos motoqueiros. Seria um acerto de contas. A polícia ainda não apreendeu o adolescente de 16 anos, mas os taxistas já sabem que ele é “o terror” do Dirceu, com dezenas de crimes nas costas. É um agente do tráfico de drogas na região. Taxistas sabem também que o adolescente está tendo a cobertura da mãe. Nessa noite de terça para quarta-feira, ele dormiu em uma casa no Recanto dos Pássaros. Sabem que a mãe do adolescente espera uma ocasião para mandá-lo para uma cidade do Maranhão. Para fazer todo o levantamento, taxistas contam com ajuda de policiais investigadores que trabalham na “Bandeira 2”. Infiltrada entre os 1,6 mil taxistas que têm alvará em Teresina, a reportagem do Portal AZ acompanha passo a passo a movimentação da categoria.

Já mataram e arrancaram dedo

Não é de hoje que os taxistas de Teresina têm a imagem de “fazerem justiça com as próprias mãos”. No início da década de 90, eles invadiram o Hospital Getúlio Vargas, no Centro da capital, e mataram Paulo Coxinha a socos e pontapés. Paulo Cochinha havia sido baleado horas antes de ser morto, em troca de tiros com a polícia. Era acusado de matar 17 taxistas durante uma série de assaltos contra os profissionais da “Bandeira 2”. Na época, Paulo Coxinha, segundo investigações da época, estaria atuando com o comparsa “Campo Maior”, que foi preso e depois desapareceu. Já no começo da década de 2000, um adolescente que acabara de matar um taxista durante um assalto, foi localizado pela categoria dentro de um ônibus que estava parado na Ladeira do Uruguai. O adolescente pretendia seguir em fuga para o município de Altos. Foi arrastado para fora do ônibus e linchado. Taxistas arrancaram um dedo dele e guardaram em um litro com álcool no sindicato da categoria.

Querem andar armados

Agora, com o assassinato de mais um taxista, a categoria faz manifestação para ter direito ao porte de arma.

 

Fonte: Portal AZ.