Escrito por Saraiva    Sex, 21 de Outubro de 2016 11:52    Imprimir
Causador do acidente com Salve Rainha não comparece à audiência que decidirá sobre júri popular

Moacir Moura da Silva Júnior, suspeito de provocar o acidente que matou os irmãos Francisco das Chagas Júnior e Bruno Queiroz, integrantes do coletivo Salve Rainha não compareceu a audiência marcada para a manhã desta sexta-feira (21 de outubro de 2016). Seis testemunhas devem prestar esclarecimentos durante audiência que decidirá se Moacir Moura irá a júri. O primeiro a depor foi Leonardo Pinheiro (motorista que aparece no vídeo do acidente). Ao chegar ao Tribunal, Francisco das Chagas, pai de Bruno Queiróz e Júnior Araújo disse que espera que a justiça seja feita. Questionado sobre o desejo de Moacir Moura ir ao júri popular, Francisco das Chagas afirma que independentemente do acusado ir a júri popular ele espera justiça. “Espero que seja feita a Justiça, para que o Moacir não faça com os outros o que ele fez com meus filhos. As provas mostram que ele teve culpa e ele precisa pagar por isso”, afirma. Jader Dasmaceno, vítima do acidente disse que lembra de poucas coisas daquele dia. “O que lembra são lapsos de memória. Lembro de sair sorrindo do Parque da Cidadania com meus amigos em direção a minha casa. Depois só lembro de sangue, do carro destruído e das pessoas pedindo pra eu ter calma”, ressalta.

O promotor de justiça, Ubiraci Rocha afirma que as condições objetivas irão determinar se o crime praticado por Moacir Moura é doloso. “ Hoje será definido se o crime praticado por Moacir é doloso, que é na verdade o que defendemos. Hoje defendemos o dolo eventual, Moacir sabia dos riscos. A doutrina que hoje prevalece é que se constatada as condições objetivas da ação produzida pelo acusado o entendimento é que há dolo eventual e não culpa, e é isso que iremos defender hoje aqui”, declara. Ainda, de acordo com o promotor Ubiraci Rocha, os fatores que levam ao Ministério Público a defender a tese de dolo eventual são fatores objetivos. “Primeiramente, o excesso de velocidade, em torno de 100 Km conforme a perícia, isso é um critério objetivo, a embriaguez ,o estado de embriaguez aguda é outro critério objetivo.  Dentro do veículo havia garrafas de bebidas, então são vários pontos objetivos . São esses pontos que irão comprovar o dolo eventual”, ressalta.


Entenda o caso

O acidente ocorreu por volta das 23h30min do domingo, 26 de junho de 2016, quando um veículo modelo Corolla colidiu lateralmente com o fusca dos jovens, no cruzamento da Avenida Miguel Rosa com a Rua Jacob de Almenda, na Zona Norte de Teresina-PI. O motorista do Corolla, Moacir Moura da Silva Júnior, estava embriagado e teria ainda tentando fugir do local sem prestar socorro às vítimas. O acusado não tinha passagem pela polícia, mas já havia perdido dois veículos por se envolver em acidente de trânsito. Na manhã do dia 27 de junho, Moacir Moura foi encaminhado para audiência de custódia, que o pôs em liberdade. A audiência ocorreu na sede do fórum criminal de Teresina. O juiz estipulou pagamento de oito salários mínimos, totalizando R$ 7.040 de fiança. Bruno Queiroz não resistiu aos ferimentos e faleceu na hora. O seu irmão, Júnior Araújo, veio a óbito três dias depois, no Hospital de Urgência de Teresina (HUT). O Hospital confirmou na noite da quarta-feira a sua morte encefálica. Já Jader Damasceno deu entrada no HUT com pneumotórax bilateral por trauma toráxico e uma fratura fechada de tíbia e fíbula na perna direita e um traumatismo craniano encefálico. Ele deixou o HUT no dia 28 de junho para ser submetido a uma cirurgia ortopédica na perna direita em um hospital particular. Jader já recebeu alta hospitalar e  está reagindo bem aos tratamentos. Com informações do Portal AZ.