Escrito por Saraiva    Seg, 17 de Setembro de 2018 18:39    Imprimir
Sinpolpi diz que 320 pessoas foram mortas no Piauí nos 6 primeiros meses de 2018 e a cidade de José de Freitas é uma das mais violentas

O Sindicado dos Policiais Civis do Estado do Piauí (Sinpolpi) realizou pesquisa para apurar dados sobre os homicídios ocorridos no Estado do Piauí no período que compreende os seis primeiros meses de 2018. Segundo dados colhidos junto ao Instituto Médico Legal de Teresina (IML) foram registrados no Estado, de janeiro a junho deste ano, 320 homicídios.

A pesquisa é realizada todos os anos e, para fins estatísticos, o sindicato divulga a atualização dos dados a cada seis meses. O presidente do Sinpolpi, Constantino Júnior, destaca a importância dessa divulgação para que, tanto o governo quanto a sociedade, tenham ciência sobre a atual situação da segurança no Estado.

"Ao analisar e comparar os seis primeiros meses desse ano com os do ano passado podemos ver o aumento nos índices gerais, tanto da capital quanto do interior do Piauí. Mais pessoas estão sendo assassinadas diariamente no Piauí, queremos que as autoridades se alertem para isso, pois não podemos permitir que a criminalidade e assassinatos se tornem fatos corriqueiros no dia a dia da população", disse Constantino Júnior.

Presidente do Sinpolpi, Constantino Júnior.

Segundo a pesquisa, nos primeiros seis meses do ano, o Piauí registrou 320 homicídios. São mortes que, em grande maioria, são ocasionadas por acerto de contas, execuções, discussões, latrocínios e crimes passionais. O número atual apresenta um aumento visível quando comparado com os dados do mesmo período do ano passado, pois no primeiro semestre de 2017 o número ficou em 293 mortes.

Em análise, constatou-se que cerca de 75% das pessoas que foram assassinadas são jovens de até 29 anos, e destes, a grande maioria são homens que já foram envolvidos com algum tipo de crime.

Mulheres

O Sinpolpi também registrou aumento dos casos de feminicídio, quando o companheiro ou pessoas que tenham ligação com a vítima praticam o ato por questões de gênero, ou seja, matam a mulher apenas por ela ser mulher. Constantino Júnior considera alarmante o registro de 39 mulheres assassinadas nos seis primeiros meses de 2018, cerca de 90% sejam casos de feminicídio e aponta que é preciso haver uma política pública para esses casos, atitude contrária com as práticas de governo, que fechou delegacias especializadas da mulher.

Teresina

A capital piauiense registrou um elevado número de homicídios nos seis primeiros meses deste ano, 215 é o total de mortes.

Ainda sobre Teresina, os dados apontaram que no ano de 2018, a Zona Sul da capital piauiense foi considerada a mais perigosa, pois obteve maior número nos registros de homicídios, seguida pela Região Norte, Leste, Sudeste e Centro da cidade.

Constantino Júnior alerta que esse aumento é o reflexo da atenção que o governo do Estado está destinando para a segurança pública.

"A crise da segurança pública não se limita apenas em Teresina e no Piauí, temos um problema generalizado em todo o país, e nossos representantes não estão dedicando atenção necessária para essa crise. Pessoas inocentes estão sendo mortas todos os dias, o policiamento investigativo e o ostensivo precisam ser reforçados, e as condições de trabalho precisam ser melhoradas. A segurança pública merece atenção especial. A população necessita de um Estado seguro", alerta o presidente Constantino.

Após Teresina, a segunda cidade mais populosa do Estado ficou também como a mais perigosa. Parnaíba registrou números elevados e frequentes de homicídios em todos os seis primeiros meses do ano. Além disso, os municípios de José de Freitas, Pedro II e Floriano aparecem nas estatísticas com os maiores registros de assassinatos.

Cidade de José de Freitas-PI.

José de Freitas

O município de José de Freitas-PI, que fica a 48 km de Teresina aparece em estatística feita pelo Sindicado dos Policiais Civis do Estado do Piauí como um dos que mais registrou assassinatos no interior do Piauí, no período de janeiro de 2018 a junho de 2018.

Veja a entrevista do presidente do Sinpolpi sobre a violência no Piauí:

 

 

 

Fonte: Sinpolpi e GP1

Última atualização ( Seg, 17 de Setembro de 2018 18:57 )