Escrito por Saraiva    Ter, 16 de Outubro de 2018 23:54    Imprimir
Delegados vão acionar TJ-PI e Conselho Nacional sobre PM fazer boletins no Piauí

É um retrocesso. É a volta dos delegados militares. É ilegal. São esses - no mínimo - a reação dos delegados e de policiais civis do Estado do Piauí diante da recomendação do Ministério Público Estadual para que o policial militar possa fazer boletins nos crimes de menor potencial ofensivo. 

A recomendação causou mal estar entre as categorias da Polícia Civil. Tanto o Sindicato dos Delegados como o de Policiais Civis fizeram duras críticas sobre a medida. O Procuradoria Geral de Justiça deu 30 dias para a Polícia Militar implantar o sistema.

O Sindicato dos Delegados do Piauí informou que irá ingressar com ação na justiça questionando a legalidade da recomendação do MPE.

"É um retrocesso essa medida. Ela causa prejuízos e não foi discutida com nenhuma categoria", disse Higgo Martins, presidente do Sindicato dos Delegados que chegou a divulgar uma nota de repúdio contra a medida.

Delegado Higgo Martins, presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil do Piauí.

Leia análise crítica da recomendação do MPE que vai ser parâmetro para a ação judicial.

O delegado geral da Polícia Civil do Piauí, Riedel Batista, também classificou a recomendação  como "retrocesso".

"É um sinal verde para a volta do delegado militar que já foi abolido há mais de 10 anos. É uma recomendação vaga não diz se os TCOs valem para capital e interior. É tirar a polícia da rua para fazer trabalho administrativo".

Denuncia ao CNMP

O presidente do Sindicato dos Delegados informou ainda que irá entrar com representação junto ao Conselho Nacional do Ministério Público, entidade máxima da instituição, que julga os excessos de procuradores e promotores no País.

Nesta terça-feira (16 de outubro de 2018), o presidente do Sindicato esteve com o corregedor do Tribunal de Justiça do Piauí, Ricardo Gentil Eulálio, pedindo cópias de outra decisão - na época do corregedor Sebastião Ribeiro Martins. A decisão dizia que os juízes não eram obrigados a receberem TCOs que não fossem lavrados por delegados da Polícia Civil.

Outra decisão é um parecer de 9 de janeiro de 2014 da Procuradoria Geral do Estado sobre um termo de cooperação técnica firmado entre o Ministério Público Estadual e a Superintendência da Polícia Rodoviária Federal. O MPE queria que a PRF fizesse também TCOs.  O procurador considerou ilegal.

Este ano, a Polícia Militar fez uma consulta ao corregedor Ricardo Gentil sobre a legalidade da PM fazer ou não boletins. Até agora, o corregedor não deu nenhuma decisão.

A recomendação do procurador Cleandro Moura - que está causando polêmica - já foi encaminhada a Procuradoria Geral do Estado e aguarda uma posição. Com informações do Portal Cidade Verde.

Última atualização ( Ter, 16 de Outubro de 2018 23:59 )