Escrito por Saraiva    Qua, 01 de Fevereiro de 2012 21:23    Imprimir
Relatório do Ministério Público denuncia que deputados do Piauí receberam diária até no recesso

O Promotor Flávio Teixeira, Presidente da Associação Piauiense do Ministério Público (APMP), voltou a cobrar que a Procuradora Geral de Justiça no Piauí, Zélia Saraiva, tome providências a respeito das denúncias de irregularidades nas contas da Assembleia Legislativa do Piauí. Em entrevista ao Jornal Cidade Verde, da TV Cidade Verde, nesta quarta-feira (1º de fevereiro de 2012), Flávio Teixeira  citou que entre as suspeitas existiriam diárias pagas a deputados mesmo em período de recesso parlamentar. O promotor afirmou ainda que o orçamento da Casa é um "absurdo" e precisa ser revisto.

Segundo a investigação do Ministério Público de Contas, as prestações de 2008 e 2009 apresentariam várias irregularidades, o que fez os auditores recomendar a devolução de R$ 50 milhões. Entre os problemas estaria a falta de comprovação de despesas. "Basta ver que cada deputado em 2008 e 2009 recebeu R$ 5.960 mensalmente em diárias. (...) Pelo relatório, todos os deputados do Piauí gastaram a mesma coisa, viajaram ao mesmo tempo, até no recesso parlamentar. É uma das falhas gritantes na prestação de contas da Assembleia Legislativa, é a falta de comprovação de despesas.", aponta o promotor;

A associação defende a devolução do dinheiro aos cofres públicos e a revisão do orçamento. Para isso, pede que a Procuradora Geral de Justiça se manifeste sem esperar pelo julgamento da ação no Tribunal de Contas do Estado - TCE-PI.

"Sabemos que o orçamento da Assembleia hoje é destoante da realidade do Piauí, da realidade da Assembleia e da realidade dos três poderes. É um absurdo a Assembleia ter um orçamento duas vezes maior que o do Ministério Público", acrescentou Flávio Teixeira.

O promotor nega que a cobrança seja uma retaliação aos deputados pela não aprovação de um orçamento maior ao Ministério Público. "Antes mesmo de a gente descobrir (as supostas irregularidades) a gente já solicitava que o orçamento da Assembleia fosse discutido", declarou. ´

Flávio Teixeira também negou que a prestação de contas supostamente irregular tenha relação com a investigação movida pela Polícia Federal, que acabou transferida para a Polícia Civil por decisão da Justiça. "Não tem nada a ver com aquela investigação sigilosa que parece que todo mundo ficou com receio da Polícia Federal. Por que o Ministério Público não pode se valer da Polícia Federal para investigar? A gente sabe que nem o Ministério Público tem estrutura investigativa e nem a Polícia Civil. Por que esse medo, esse temor da Polícia Federal investigar?".

                                                          Promotor Flávio Teixeira

Presidente da Associação Piauiense do Ministério Público, Flávio Teixeira, durante entrevista na TV Cidade Verde

 

 

Fonte:Cidadeverde.com 

 

Última atualização ( Qua, 01 de Fevereiro de 2012 21:31 )