Escrito por Saraiva    Dom, 05 de Fevereiro de 2012 13:25    Imprimir
Advogados denunciam suposta agressão por policiais do Rone

Uma dupla de advogados denunciou à OAB e entrou com representação junto à Corregedoria da Polícia Militar com o que considerou ser atitude abusiva por parte de policiais da Ronda Ostensiva de Natureza Especial (Rone). O fato aconteceu por volta da 0h última sexta-feira (3) no Conjunto Dirceu. Os bacharéis foram tentar liberar um cliente que estava sendo revistado por suspeita de praticar arrombamentos a veículos na Zona Leste. 

O advogado Fernando Alencar disse que foi até o local para defender seu cliente quando o imbróglio começou. “O Copom (Central de Operações da Polícia Militar) passou que havia um Vectra preto havia sido utilizado em um crime. O mesmo modelo que, por azar, o meu cliente estava, mas não existe apenas um Vectra preto em Teresina-PI. Quando eu cheguei, ele estava sendo abordado por um pessoal do Rone. Eu me dirigi até lá, me apresentei como advogado e eles foram truculentos, mostraram despreparo e desrespeito”, narra. Alencar disse que o carro do seu cliente foi revistado e nada foi encontrado, por isso solicitou a liberação. “Eles me trataram com descaso. Ficaram gritando que o meu cliente tinha roubado e furtado, ameaçaram falando direto com o dedo na cara dele e todos ficaram com os nervos à flor da pele”, descreve. Uma estagiária de Alencar ligou para que outro advogado, Francisco Abelar Prado, fosse até o local. “Depois que ele chegou o tenente Tanak, ele exigiu que o meu colega desse a chave do carro para fazer a vistoria. E ele falou ‘olhe tenente, eu não vou dar a chave para fazer a vistoria, porque não faz sentido, já que é o cliente do meu amigo que está sendo investigado e o carro é a extensão do meu trabalho’. Nesse momento o tenente tentou tomar a chave à força e eu intervi. Então nós fomos detidos, na verdade, fomos convidados a ir à Central de Flagrantes”, conta Alencar. “Os três militares do Rone e os do Ciptran ficaram nos agredindo e de lá fomos conduzidos à Central, por desacato, desobediência e resistência. Na manhã seguinte fiz o procedimento, por abuso de autoridade no 8º DP, na Corregedoria da PM e junto à OAB”, acrescenta Abelar. Segundo ele, também houve um erro por parte do delegado de plantão na Central de Flagrantes, já que, no seu entender, ele e Alencar estavam no exercício de sua profissão e não poderiam ser admoestados. “Foi um ato totalmente arbitrário”, avalia.  

OAB 

O presidente da OAB, Sigifrói Moreno, afirmou que a Ordem também irá representar os policiais militares envolvidos junto à Corregedoria e ao Comando da PM. “Este é o segundo caso (de excesso policial), em menos de um mês. É muito preocupante. Vamos solicitar uma audiência com o comandante da PM, dada a frequência com que estes casos vêm acontecendo. Impedir o exercício da profissão é algo extremamente ilegal, abusivo e autoritário”, pontua.  

PM 

O comandante das Rone, capitão Fábio Abreu, conversou com o CidadeVerde.com sobre o episódio. Segundo ele, houve excessos por parte dos advogados que acabou resultando na condução à Central de Flagrantes.  “Naquela noite houve uma série de roubos a carros na Zona Leste. O indivíduo que estava no Vectra, Wellington, tem passagem por furto. Ele usa uma lanterna e procura objetos como notebooks e quando encontra, quebra o vidro. (Ao ser abordado) ele contou que estava voltando de casa, então provavelmente já havia deixado os materiais. Como trabalhamos com flagrante, estava sendo feita a revista no carro, foi quando o advogado chegou”, descreve o militar. Abreu conta que Wellington era o principal suspeito de ter cometido os crimes, mas como não encontraram nada que pudesse incriminá-lo os militares pediram o documento do carro e a habilitação, que não estavam com o suspeito, por isso, o Vectra foi rebocado para o pátio do Detran. “Então o advogado chegou e teve a habilitação apreendida porque estava com sintomas de embriaguez e não quiseram fazer o teste de alcoolemia. O outro advogado chegou depois mais alterado do que o primeiro e se recusou a se identificar, por isso foram autuados por desacato, resistência e desobediência. O tenente Tanak não fez mais do que sua obrigação”, defende. O homem identificado como Wellington acabou sendo liberado e apenas os advogados foram levados à Central de Flagrantes. 

 

 

Fonte: Cidadeverde.com 

Última atualização ( Seg, 06 de Fevereiro de 2012 10:32 )