Escrito por Saraiva    Qua, 13 de Março de 2019 16:14    Imprimir
Dois homens são presos em Goiás por vender notas frias para empresas fantasmas do Piauí

Dois homens que trabalhavam numa empresa na cidade de Anápolis, no estado de Goiás, foram presos suspeitos de emitir centenas de notas fiscais em nome de empresas “fantasmas” sediadas no estado do Piauí. As prisões aconteceram nesta quarta-feira (13 de março de 2019) e fazem parte da segunda fase da Operação Fantasma.

O promotor de Justiça Plínio Fontes contou que a fraude dos dois funcionários gerou um prejuízo aos cofres públicos de valor superior a R$ 11 milhões. Os funcionários negociavam o fornecimento de CNPJ falsos diretamente com a organização criminosa sediada na cidade de Campo Maior-PI, que fica a 78 km de Teresina.Operação Fantasma desarticula — Foto: Divulgação/Polícia Civil do Piauí

“Através de interceptação telefônica, quebra de sigilo bancário, de dados e de celulares nós chegamos a duas pessoas de Anápolis que emitiam notas fiscais. Eles eram os maiores emissores de notas fiscais frias para estas empresas. Estamos investigando para saber se há participação de outras pessoas da empresa no esquema”, contou o promotor Plínio Fontes.

Plínio Fontes explicou ainda como a dupla agia: “Quando as empresas iam comprar, eles informavam que poderiam emitir a nota falsa de uma empresa instalada no Piauí e cobrava 3% pelo serviço. Desta forma, o governo do Estado não recebia os tributos”, disse Plínio.

O promotor disse ainda que durante a investigação foi constatada a transferência de valores elevados de dinheiro dos empregados do Grupo Pérola que foram presos para a pessoa acusada de ser líder da organização criminosa sediada no Piauí. O valor de tal transferência corresponde a 1% do total de notas fiscais emitidas pelo grupo.

Primeira fase

primeira fase da Operação Fantasma foi deflagrada em agosto do ano passado, e mandados foram cumpridos em Teresina e Campo Maior, no Piauí. A operação foi realizada para combater um esquema criminoso de emissão de notas fiscais frias que desviou mais de R$ 80 milhões do Fisco no Piauí. A operação foi realizada pelo Grupo Interinstitucional de Combate aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Grincot).

Os perfis em redes sociais dos membros da quadrilha desbaratada na Operação, onde mostravam fotos de viagens pelo Brasil e pelo exterior, colaboraram na investigação da Polícia Civil para mostrar a incongruência entre o estilo de vida dos investigados e seus rendimentos, segundo o delegado Josimar de Sousa Brito.

Ministério Público divulgou ainda diversos áudios em que um empresário reconhece ter articulado a organização criminosa. Os áudios foram trocados por meio de um aplicativo de mensagens instantâneas. Durante as conversas, os líderes do esquema davam instruções sobre a emissão fraudulenta de notas fiscais. Algumas das mensagens demonstram que o empresário empreendeu esforços para obstruir as investigações. Com informações do G1.

Última atualização ( Qua, 13 de Março de 2019 16:21 )