Escrito por Saraiva    Qui, 22 de Agosto de 2019 07:51    Imprimir
Trabalhadores realizam protesto contra fechamento de fábricas de farinha no Piauí

Na manhã desta quarta-feira (21), dezenas de trabalhadores das fábricas de farinha do município de Marcolândia (PI), na divisa com o Estado de Pernambuco, protestaram contra a decisão do Ministério do Trabalho. Segundo informações extraoficiais, após fiscalização, o órgão decidiu multar e interditar algumas fábricas, apontando, segundo relatos, trabalhos em condição análoga a escravidão e até de menores de idade. Segundo testemunhas, a exigência do Ministério, além do processo contratual por carteira assinada, é a desvinculação total de crianças com o trabalho nas fábricas.

Forte característica da cidade, a fabricação de farinha é uma das principais fontes de renda da população. O produto feito em Marcolândia é processado, em sua maioria, de forma artesanal, utilizando 100% a mão-de-obra de agricultores e populares locais em geral. O fechamento das fábricas implicaria uma demissão em massa deixando centenas de populares desempregados.

Foto: Reprodução

De Teresina, onde cumpre agenda, o prefeito Francisco Pedro de Araújo, o ‘Chico Pitú’, disse que as manifestações estão sendo promovidas pelos proprietários das fábricas de farinha e trabalhadores, munícipes ligados diretamente a mão-de-obra. Preocupado com os acontecimentos, o prefeito relatou ainda a previsão de aumento nos protestos, que até o momento já interdita a entrada da BR-316 (sentido Picos – Marcolândia) com a queima de pneus feita pelos manifestantes. De acordo com protestantes no local, o objetivo é interditar também a BR-316 no lado do Pernambuco, na divisa do estado (sentido Marcolândia – Araripina).

Foto: Reprodução

Da capital, o prefeito ‘Chico Pitú’ busca uma viabilizar uma reunião com a superintendência da PRF-PI e ainda entrar em um consenso para regularizar as condições exigidas pelo Ministério do Trabalho, porém, sem que haja prejuízo para os trabalhadores, os quais a maioria prefere permanecer na informalidade, dedicando-se a chamada ‘farinhada’ apenas nos períodos em que houver a mandioca.

Os donos de fábrica de farinha justificam a produção feita sem vínculo empregatício, com pessoas trabalhando quando chega a matéria prima da mandioca, e não o dia todo. A cada nova carga, é negociado um serviço temporário para atendimento daquela empreita.

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