Escrito por Saraiva    Qui, 03 de Dezembro de 2020 12:50    Imprimir
Familiares de mulher estuprada em hospital de Teresina fazem protesto em frente o Tribunal de Justiça do Piauí e pedem a prisão do suspeito

Familiares e amigos da mulher de 44 anos que foi vítima de um estupro dentro de um hospital de Teresina-PI fizeram mais um protesto na manhã desta quinta-feira (3 de dezembro de 2020), em frente o Tribunal de Justiça do Piauí. A Polícia Civil que investiga o caso já pediu a prisão preventiva do suspeito, um enfermeiro que trabalhava em um hospital particular de Teresina. O suspeito do estupro é casado com uma irmã da vítima.

O protesto aconteceu entre as 8h e 9h30 da manhã desta quinta-feira (3 de dezembro). Cerca de vinte pessoas, amigos e familiares da vítima, levaram cartazes com mensagens pedindo a prisão e condenação do suspeito. Um protesto já havia sido realizado na segunda-feira (30 de novembro) no cruzamento das Avenidas Frei Serafim e Miguel Rosa.

Familiares de mulher estuprada em hospital de Teresina-PI, durante protesto em frente prédio do TJ-PI.

Os manifestantes exigem que a justiça decrete a prisão preventiva do enfermeiro suspeito de ser o autor do crime. A delegada Vilma Alves, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) pediu que a Justiça decrete a prisão preventiva do suspeito.

Laerte Paixão, organizador do protesto, disse ao G1 que teme que a Justiça demore para chegar à condenação do suspeito.

“Sabemos que a delegada Vilma Alves pediu a prisão dele no dia 27 de novembro. Hoje é dia 3, e até agora ele não foi preso. Se a investigação policial já demorou mais de um mês, e a prisão preventiva está demorando tanto, imaginamos quanto vai demorar o julgamento!”, disse Laerte.

Familiares e amigos de mulher estuprada em hospital fazem protesto e pedem prisão do suspeito — Foto: Arquivo pessoal

O organizador disse que caso o suspeito não seja preso, novos protestos devem ser mobilizados.

“O que a gente quer é que a justiça seja cumprida. É um criminoso que está em liberdade, por um crime hediondo. Enquanto for preciso, nós vamos questionar”, disse.

Ainda segundo Laerte, a vítima têm passado por tratamento psicológico para tentar superar o trauma. “Enquanto ele não for preso, ela não vai conseguir se recuperar. Sei que o que ele fez não tem reparação, mas a justiça poderia ser um alento”.

A delegada Vilma Alves confirmou o recebimento do laudo de sanidade mental entregue pelo advogado do suspeito. Mesmo assim, o pedido de prisão foi feito. “Nós o interrogamos e ele permaneceu calado. Depois, nós pedimos a prisão. Não é mais conosco, e sim com o Judiciário”, disse a delegada.Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) em Teresina, no Piauí — Foto: TV Clube

Entenda o caso

Uma mulher foi estuprada dentro de um hospital particular, em Teresina, no mês de outubro. A vítima iria passar a noite com o sogro, de 85 anos, quando foi dopada e a violência aconteceu.

De acordo com a polícia, o suspeito teria dado uma medicação para ela, dizendo ser "para relaxar". Mas a vítima ficou desacordada.

Quando recuperou a consciência, a vítima sentiu dor nas partes íntimas e suspeitou que havia sido violentada. A mulher procurou o Instituto de Medicina Legal (IML) para fazer o exame de corpo de delito, que confirmou o estupro. Em seguida, a vítima procurou a delegacia.

Após tomar conhecimento do caso, a administração do Hospital São Marcos, onde o crime ocorreu, comunicou que o enfermeiro foi afastado de suas funções.

Crime premeditado

O marido da vítima, que preferiu não se identificar, disse, em entrevista à TV Clube, que acredita que o crime foi premeditado. Para ele, o enfermeiro agiu para garantir que ficaria sozinho com a vítima no quarto onde o sogro dela estava internado.

Marido de vítima de estupro em hospital de Teresina fala sobre o caso pela primeira vez — Foto: TV Clube

“Minha esposa não ia passar a noite lá. Já tínhamos contratado uma pessoa para acompanhar meu pai nesta noite, que era a noite que ele estaria de plantão no hospital. Imediatamente quando soube disso, ele entrou em contato com minha esposa fazendo medo, terrorismo, dizendo que a pessoa que estava lá não era capacitada", relatou.

Após afastar a pessoa que havia sido contratada pela família para passar a noite com o paciente, o enfermeiro, segundo o marido da vítima, teria dito para a enfermeira responsável por administrar medicamentos não entrar no quarto durante a noite.

"Ele foi no centro de enfermagem, encostou na enfermeira, na técnica lá, e disse assim: olha, o velhinho não gosta de ser incomodado. Me dê todos os medicamentos, soros que têm que ser aplicado durante a noite que vou aplicar. Não precisa você ir. E nisso a enfermeira levou os medicamentos, os soros, deixou lá, conforme ele planejou”, afirmou o marido da vítima.

 

Fonte: G1/PI

Última atualização ( Qui, 03 de Dezembro de 2020 13:01 )