Escrito por Saraiva    Qui, 03 de Dezembro de 2020 18:46    Imprimir
Enfermeiro acusado de estuprar a cunhada no Hospital São Marcos é preso em Teresina

O enfermeiro Ricardo da Silva Paz, acusado de dopar e estuprar a cunhada dentro de um apartamento no Hospital São Marcos, no Centro de Teresina-PI foi preso na tarde desta quinta-feira (3 de dezembro de 2020), após se entregar no 12º Distrito Policial, no bairro Planalto Ininga, na Zona Leste de Teresina.

Ricardo da Silva Paz chegou acompanhado de seu advogado, na sede do 12º Distrito Policial, onde foi cumprido o mandado de prisão temporária pela delegada Vilma Alves, que preside o inquérito que apura o caso. Durante o procedimento Ricardo Paz permaneceu calado.

Imagem: Marcelo Cardoso/GP1

Ricardo da Silva Paz

“Ele veio acompanhado do advogado representante e vamos agora aguardar os acontecimentos. Nós já cumprimos a prisão. Durante o interrogatório ele permaneceu calado, não deu resposta nenhuma. Esperamos que ele possa dar ainda as respostas necessárias. Com relação a isso [o uso de medicamento psiquiátrico do acusado] não estamos sabendo. Ele optou em falar somente perante a Justiça”, disse a delegada Vilma Alves.

Por volta de 15h10min, o enfermeiro deixou o 12º DP e foi encaminhado para o Instituto de Medicinal Legal (IML) de Teresina, onde passou por exame de corpo de delito e, depois foi conduzido para a Central de Flagrantes de Teresina.

Imagem: Marcelo Cardoso/GP1

Delegada Vilma Alves

Na última quarta-feira (2 de dezembro), o juiz José Olindo Gil Barbosa, da 5ª Vara Criminal (Maria da Penha) da Comarca de Teresina, decretou a prisão temporária do enfermeiro por 30 dias.

A decisão do juiz foi tomada após requerimento da delegada Vilma Alves, solicitando a prisão preventiva de Ricardo da Silva Paz sob a alegação de que, na madrugada do último dia 31 de outubro, ele teria praticado o crime de estupro de vulnerável, contra sua cunhada, depois de ela ter ingerido um comprimido oferecido pelo próprio enfermeiro no Hospital São Marcos. Na ocasião, a vítima adormeceu e acordou horas depois sentindo dores nas partes íntimas. Após exames, foi constatado o estupro.

Imagem: Marcelo Cardoso/GP1

Enfermeiro aguardando passar por exame de corpo de delito no IML de Teresina

Decisão

O magistrado destacou que ao analisar os fatos e os elementos levados até ele, verificou a necessidade da segregação de Ricardo, porém, no atual momento e a falta de outros elementos indiciários mais robustos, entendeu que a medida mais justa é a da prisão temporária em lugar da prisão preventiva.

"A prisão temporária é uma prisão provisória, possui natureza cautelar e ocorre durante a fase de investigação do Inquérito Policial. Em geral, é usada para a coleta de provas, e, se necessário, posteriormente, mediante representação ou requerimento, poderá ser “convertida” em prisão preventiva", explicou.

Por fim, decidiu "em consonância, em parte, com a manifestação ministerial, que opinou pela preventiva, decreto a prisão temporária da pessoa de Ricardo da Silva Paz pelo prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade".

Ainda de acordo com a decisão, ele deverá ser recolhido em prisão especial ou quartéis, por ser portador de curso superior e permanecer separado dos demais detentos, por se tratar de prisão temporária. Após o prazo de 30 dias de detenção, o juiz destacou que o preso deverá ser posto imediatamente em liberdade, caso não seja determinada sua prisão preventiva.

Imagem: Glayson Costa/G1

Delegacia do 12º DP em Teresina-PI, onde o enfermeiro se entregou acompanhado do seu advogado.

Entenda o caso

O enfermeiro estava sendo investigado pela Polícia Civil do Piauí, sob acusação de ter estuprado a própria cunhada, que acompanhava um paciente em um apartamento no Hospital São Marcos.

Um familiar revelou ao GP1 que a vítima havia acompanhado seu sogro no hospital no dia anterior ao crime e tinha ido para casa descansar, deixando outra pessoa no apartamento. Porém, a empresária recebeu uma ligação do enfermeiro, relatando que o paciente não poderia ficar aos cuidados de alguém sem experiência e requisitou que ela retornasse ao hospital e ficasse com o sogro.

Ao retornar, o enfermeiro teria oferecido um remédio para a vítima, que tomou a medicação e acabou adormecendo. Cerca de seis horas depois ela acordou com fortes dores na região genitália e assim começou a suspeitar que tinha sido vítima de violência sexual. Ela registrou um Boletim de Ocorrência, fez exame de corpo de delito e depois de ser submetida a outro exame na Maternidade Dona Evangelina Rosa foi comprovado o estupro.

 

Fonte: GP1

Última atualização ( Qui, 03 de Dezembro de 2020 18:56 )