Escrito por Saraiva    Qui, 21 de Janeiro de 2021 09:38    Imprimir
Rafael posa para foto ao lado do governador no ato da primeira vacina contra a Covid-19

O secretário Rafael Fonteles ao lado do governador Wellington Dias pousou para foto no ato da primeira vacina ministrada contra a Covid-19 no Piauí, gerando muitas interrogações sobre vacinação e política. Sim, ele é secretário de Fazenda do estado. Sim, ele é cidadão piauiense. Tem o direito de ser imunizado, como todos. Sim, ele faz parte do esquema do governador. Mas, na prática, ele deveria estar cuidando de seus afazeres — organizar as finanças do estado, reduzir a dependência do governo federal, diminuir o volume de empréstimos e a dependência que o Piauí tem dessas providências.

Mas, não. Rafael Fonteles não está ali como cidadão comum. Cidadãos comuns não são chamados para festas nobres, como diria Cazuza. Ele também não está ali como secretário de Fazenda. A vacina está sendo enviada gratuitamente pelo governo federal. O governo do estado entra com aquisição de seringas. Mas esse dinheiro também foi repassado pelo governo federal. Gratuitamente, ou, como se diz, a fundo perdido, ainda ano passado.

O secretário logo atrás do governador, uma foto repetida mil vezes nos últimos meses (Roberta Aline/Cidadeverde.com)

Ele também não está ali como um dos primeiros a ser vacinado. A não ser, lógico, que se fure a fila para beneficiar o filho do Nazareno Fonteles. Não, Rafael Fonteles não se encaixa em nenhum dos questionamentos respondidos no primeiro parágrafo dessa matéria. O secretário de Fazenda deveria estar cumprindo afazeres mais importantes. Deveria estar cuidando em garantir a saúde financeira do erário.

No entanto, Rafael Fonteles está ali por uma razão bem mais simples e que tem relação direta com toda a pantomima protagonizada pelo governador Wellington Dias, seu chefe e companheiro no PT. O governador quer aparecer a qualquer custo. Não basta chefiar um governo falido e que ajudou a falir o estado. Ele também tem que falir a percepção da dignidade que um momento como esse deveria ter.

O governo mistura campanha política antecipada com vacinação.

Rafael Fonteles está ali como pré-candidato a governador do Piauí. É só nisso que pensam ele e o governador. Independente de Coronavac, de vacinação, de população a ser imunizada, de se debelar a doença. Nada disso importa para eles e, logicamente, seus partidários. Não sem razão a vice-governadora Regina Sousa anda irritada pelos cantos da Vice governadoria e também quando decide ir ao Karnak, sempre de cara amarrada, fazendo muxoxo. A campanha de Rafael Fonteles ao governo em 2022 é afrontosa. Pode até ser caracterizada como campanha extemporânea. Num estado de verdade as coisas seriam bem diferentes.

 

Fonte: TR Notícias

Última atualização ( Qui, 21 de Janeiro de 2021 09:47 )