Escrito por Saraiva    Seg, 27 de Junho de 2022 17:07    Imprimir
Ciro Nogueira tenta convencer João Vicente a apoiar grupo de oposição a Rafael e Wellington

A chapa de oposição que lidera as pesquisas de intenção de voto para o Governo do Piauí tenta reforçar sua base política para 2022. O principal líder do grupo é o ministro-Chefe da Casa Civil, senador Ciro Nogueira (PP-PI), que tem tentado a todo custo levar o nome do ex-senador João Vicente Claudino (Podemos) para a chapa encabeçada pelos pré-candidatos Sílvio Mendes (União Brasil), Iracema Portella (PP) e Joel Rodrigues (PP). O trio é pré-candidato, respectivamente, ao governo, vice-governadora e ao senado no Estado.

Porém, nos bastidores da política o que se comenta é que Ciro estaria disposto até a mexer nas suas principais peças para acomodar uma possível chegada de João Vicente Claudino (JVC). O grupo de Ciro não estaria de olho somente em João Vicente, que poderia ser acomodado com uma suplência ao senado, mais também no pré-candidato do Podemos ao Senado, Fábio Sérvio.

João Vicente e Ciro Nogueira durante encontro.

Sérvio é figura conhecida pelos seus embates com o ex-governador Wellington Dias (PT) na campanha de 2018. Naquele pleito, Sérvio ficou em 4º lugar alcançando mais de 64 mil votos. Mais de 30 mil desses votos foram conquistados na capital Teresina. Uma possível adesão de Sérvio à campanha de Joel Rodrigues poderia alavancar o nome do progressista em Teresina.

Vale lembrar que essa não seria a primeira vez que João Vicente ingressaria na oposição ao grupo de Wellington Dias (PT). No início da sua carreira política, quando disputou o senado em 2006, JVC conquistou mais de 920 mil votos derrotando o então candidato do PFL, Hugo Napoleão. Nessa disputa, João Vicente era da chapa do então candidato à reeleição ao governo Wellington Dias, que teve 960 mil votos, mais de 60% do eleitorado piauiense.

Porém, em 2010, com mais quatro anos como senador garantidos, JVC decidiu alçar voos maiores e colocou seu nome para disputa ao governo, esperando um apoio do então governador Wellington Dias (PT). Mas, se decepcionou ao não ter o apoio de Dias, que deixou a cadeira no Palácio de Karnak para ser candidato ao senado. A cadeira ficou então com o vice Wilson Martins (PSB), que não abriu mão da reeleição e do apoio de Wellington Dias, que também precisava da máquina do Governo do Estado para sua campanha ao senado.

Wellington Dias e João Vicente Claudino formaram chapa nas eleições de 2006 (foto: reprodução)

Dessa forma, para garantir sua eleição ao Senado, Wellington Dias acabou preterindo o candidato Wilson Martins. Como resultado, o senador e candidato à governador João Vicente amargou um terceiro lugar com pouco mais de 337 mil votos (21,54%). Nessa eleição, a disputa foi então para segundo turno entre os candidatos Wilson Martins e Sílvio Mendes, tendo o então governador Wilson Martins saído vitorioso.

Desde então, a relação entre João Vicente e Wellington Dias seguiu estremecida. João Vicente desistiu de sua reeleição em 2014, mas apoiou a candidatura ao senado do ex-prefeito de Teresina Elmano Férrer que conseguiu se eleger com mais de 980 mil votos. 'O Vein Trabalhador' do PTB teve mais de 400 mil votos à frente do segundo colocado ao senado, o ex-governador Wilson Martins (PSB).

Porém, desde 2014, quando se despediu do Senado Federal, JVC deixou a entender que poderia demorar para voltar ao cenário político. Na ocasião, ele disse que “toda despedida sempre é um adeus. Pode ser um até logo, mesmo que o logo ainda seja demorado, e se me cabe o direito de pedir algo, gostaria apenas de me valer das palavras de Mário Quintana - abre aspas: Se me esqueceres, só uma coisa, esquece-me bem devagarinho”. E tem demorado, desde o pleito de 2014, quando desistiu de ser candidato à reeleição ao senado, JVC até 'ameaça' se candidatar à algum cargo, mas antes do início do pleito desiste e vem ficando na penumbra nas últimas eleições de 2016, 2018 e 2020.

PTB de João Vicente firmou várias alianças com as gestões do ex-prefeito de Teresina Firmino Filho (PSDB) (foto: Jailson Soares/ PD)

Agora, com uma disputa polarizada ao governo por dois pré-candidatos, os partidos políticos são cada vez mais pressionados "à tomarem partido" de que lado ficarão. Dessa forma, o Podemos não foge a regra e têm sido cobiçado. Resta saber, se o líder do partido João Vicente Claudino vai preferir continuar na penumbra, também, nesta eleição ou escolherá um lado. Uma aliança com o lado petista pode demonstrar que todas as mágoas ficaram no passado, já uma aliança com Sílvio Mendes (União Brasil) demonstraria que o ex-petebista ainda é alinhado com a ex-gestão tucana da qual o seu ex-partido, o PTB, fez parte desde 2004 na capital do Piauí.

 

Fonte: Política Dinâmica/Gil Oliveira

Última atualização ( Seg, 27 de Junho de 2022 17:18 )