Escrito por Saraiva    Qua, 01 de Fevereiro de 2023 19:36    Imprimir
Rodrigo Pacheco obteve 49 votos e foi reeleito presidente do Senado Federal

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi reeleito para a presidência da Casa nesta quarta-feira, 1º de fevereiro de 2023. Ele conquistou a vitória em primeiro turno ao vencer Rogério Marinho (PL-RN), candidato da oposição, por 49 votos a 32.

A vitória de Pacheco, eleito com um número maior de votos que o esperado, indica traição dos senadores anteriormente dispostos a votar em Marinho. Nesta semana, os parlamentares divulgaram nas redes sociais placares não oficiais de votação. Os mais recentes mostravam que Marinho ou Girão receberiam 38 votos, enquanto Pacheco teria apenas 35. Com o resultado final, a oposição dificilmente conseguirá aprovar Propostas de Emenda à Constituição ou Comissões Parlamentares de Inquérito.

Pacheco recebeu o apoio formal do PT | Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

Mais cedo, durante uma cerimônia no Supremo Tribunal Federal (STF), Pacheco disse que não haveria “enquadramento” do Judiciário. “O autoritarismo de uma minoria inconformada tentou ameaçar a democracia”, observou, referindo-se às manifestações de 8 de janeiro. “Mas o Judiciário mostrou a força de sua resiliência.” A declaração ocorre na esteira de prisões de conservadores e de inquéritos considerados inconstitucionais por diversos juízes.

A candidatura de Pacheco recebeu o apoio formal do Partido dos Trabalhadores (PT) e do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A vitória de Marinho representaria um golpe nas pretensões do partido, visto que o ex-ministro defende o impeachment de ministros do STF, as liberdades individuais, o armamento civil e a liberdade de mercado, entre outras pautas caras aos 52 milhões de brasileiros que não escolheram o atual presidente.

A reeleição do presidente do Senado também ocorreu a despeito do abaixo-assinado contra sua vitória. Mais de 170 mil pessoas assinaram o documento. Os signatários acreditam que Pacheco não é comprometido com seu dever institucional e com o cumprimento da Constituição. Marinho, nesse cenário, seria capaz de trazer “paz social, segurança jurídica e o equilíbrio necessário aos Poderes constituídos”, afirma o documento.

A candidatura de Marinho ganhou fôlego com a desistência, minutos antes do início da votação, do senador Eduardo Girão (Podemos-CE). “A possibilidade de ser presidente desta Casa me daria a oportunidade de fazer muita coisa”, disse, ao anunciar o apoio a Marinho. “Fiz minha parte para viabilizar essa candidatura. Mas reconheço que não foi possível. Meu voto e meu apoio são seus. Que você possa ser a renovação de milhões de brasileiros.”

Fonte: Revista Oeste