Escrito por Saraiva    Seg, 04 de Março de 2013 18:45    Imprimir
Debate sobre partilha dos royalties provoca bate boca entre Marcelo Castro e deputado do Rio

O deputado federal Marcelo Castro (PMDB-PI) travou nesta segunda-feira (4 de março de 2013) um debate acalorado com Alessandro Molon (PT-RJ) sobre o veto ao projeto de partilha dos royalties do petróleo. 

No confronto transmitido pela Rádio Câmara, o deputado piauiense chegou a desafiar o colega, prometendo abdicar de seu salário se o mesmo provasse que o petróleo está em Território do Rio de Janeiro ao invés do mar, cujas riquezas pertencem ao Governo Federal.

O Congresso Nacional vai se reunir nesta terça-feira (5), às 19h, para votar os vetos da presidente Dilma Rousseff à Lei dos Royalties. A queda do veto é aguardada e deve garantir a partilha dos recursos do petróleo de forma igualitária.

Durante o debate na Rádio Câmara, Marcelo Castro citou que o Rio de Janeiro fica com 82% do petróleo extraído no Brasil. Molon retrucou e disse que o deputado, "se quiser reclamar com alguém, tem que reclamar com Deus". "Não dá para instalar a Petrobras no Piauí se o petróleo está no Rio de Janeiro", declarou o fluminense, reclamando ainda das consequências e riscos ambientais que a indústria petroleira apresenta.

Marcelo Castro reagiu afirmando que os argumentos dos estados produtores são "mesquinhos". "Renuncio ao meu salário de deputado federal se você me provar que o Rio de Janeiro tem um palmo de mar no território brasileiro. Só o egoísmo e a insaciabilidade do ser humano justificam essa postura do Rio de Janeiro", declarou o deputado Marcelo Castro.

O deputado piauiense acrescentou que o Piauí está lutando para receber uma "migalha" de 3% dos royalties, equivalente a R$ 300 milhões, enquanto o Rio de Janeiro deve receber R$ 10 bilhões. "Você chama 3% de valores vultosos?", questionou o parlamentar, afirmando que os municípios produtores ganham somas elevadas, mas contam com índices sociais ruins. "Estão pegando a dinheirama e tocando fogo nela e não revertendo para a sociedade", reclamou.

Deputado Alessandro Molon  (PT-RJ). 

Castro ainda rebateu o argumento dos impactos negativos e disse que os riscos ambientais são previstos por outra legislação. "Eu gostaria muito que esses efeitos colaterais para a exploração de petróleo fosse para o Piauí. São todos efeitos positivos. É a indústria do petróleo, a industrialização das cidades, são as pessoas que ganham bem e vão gastar o dinheiro naquelas cidades. Gera uma economia fantástica!"

Marcelo Castro (PMDB-PI). 

Molon voltou a rebater os argumentos e, tentando baixar o tom do debate, limitou a dizer que os argumentos dos não produtores estão "no mínimo equivocados". "Eu respeito a sua luta, respeito o desejo do Piauí crescer, mas eu não respeito os métodos que os estados não produtores estão adotando para desenvolver seus estados". O deputado fluminense comparou a partilha à retirada do salário de um trabalhador, que perderia 3% para o Piauí e mais para outras unidades federativas. "E se você tentar resistir a isso, vão dizer que você é mesquinho, é egoísta".

Para Alessandro Molon, a "lógica perversa" da tentativa de dividir os royalties vai provocar uma guerra federativa sem precedentes. O petista admite, nas entrelinhas, que Rio de Janeiro e Espírito Santo serão vencidos e o veto será derrubado no Congresso Nacional, mas acredita que o Supremo Tribunal Federal (STF) não só vai rever a decisão e garantir a partilha atual, como ainda reafirmará que os vetos presidenciais anteriores precisariam ser votados antes do caso do petróleo. Com informações do Portal Cidade Verde/ Fotos: Beto Oliveira.

 

 

 

Última atualização ( Seg, 04 de Março de 2013 19:55 )