Escrito por Saraiva    Seg, 04 de Março de 2013 23:48    Imprimir
Piauí já pode realizar procedimento cardíaco raro com pacientes que sofrem de Estenose

Pela primeira vez, médicos que atuam no Piauí participam de um treinamento na Suíça, para possibilitar a realização de um novo procedimento cardíaco no Estado. Nove médicos do Heart Team do Hospital São Marcos de Teresina-PI estão em Nyon, na Suíça, recebendo um treinamento da Edwards Lifescience, empresa que fabrica uma valva cardíaca artificial essencial para a sobrevivência de pacientes que sofrem de Estenose Aórtica e que estão frágeis demais para passar por uma cirurgia convencional.

O treinamento é uma parceria do Hospital Piauiense com a empresa multinacional.

Entenda melhor a doença

Estenose Aórtica é uma calcificação em uma das válvulas (ou valvas) do coração. Esta doença atinge de 3% a 5% das pessoas acima de 75 anos no mundo. Destas, cerca de 30% não resistiriam a uma cirurgia comum. “Não há tratamento para o problema que calcifica uma das válvulas do coração, a não ser cirurgia”, explica o cardiologista clínico e vice-diretor do Hospital Albert Einstein, Flávio Tarasoutchi, que esteve em Simpósio realizado em Teresina-PI para falar sobre a doença. Ele chamou a atenção para o fato de que a estenose pode se tornar um grave problema de saúde pública entre idosos nas próximas gerações.

    Médicos participando de treinamento na Suíça para a realização de cirurgia cardíaca rara

Sobre o ITVA - Implante Transcateter de Válvula Aórtica

Na década de 1990, foi desenvolvido um procedimento de implante de válvula através de cateter, ou seja, através de uma artéria, o ITVA – Implante Transcateter de Válvula Aórtica. No Piauí o procedimento já foi realizado uma única vez. O ITVA foi realizado no Hospital São Marcos, com a equipe de médicos piauienses que está em treinamento na Suíça, mas, durante o procedimento eles tiveram que ficar sob a supervisão de um cardiologista do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, uma exigência da Edwards Lifescience. O objetivo do treinamento realizado agora é permitir que os médicos piauienses tenham autonomia para a realização do procedimento que vem salvando muitas vidas e garantindo qualidade de vida e longevidade para os pacientes.

Entenda o caso inédito ocorrido no Piauí

No dia 25 de agosto de 2012, a americana Nora Ellen Stenger, mais conhecida no Brasil como Irmã David, foi a primeira paciente no Norte e Nordeste do País a ser submetida ao procedimento. Aos 75 anos, depois de duas cirurgias, o problema ficou tão grave que a ex-enfermeira já não podia mais levantar-se da cama, pois ficava sem ar. Hoje ela exerce normalmente as funções no trabalho e sem demonstrar nenhum desejo de se aposentar. “Depois que fiz esse implante estou vivendo muito bem, meu maior desejo agora é todas as pessoas que sofrem com este problema também possam realizar o procedimento”, afirma Irmã David. Ela se junta aos milhares de militantes que lutam para incluir o ITVA na lista de procedimentos cobertos pelo Sistema Único de Saúde do Brasil e pelos planos particulares de saúde, pois ainda é um procedimento muito caro.

 

Última atualização ( Seg, 04 de Março de 2013 23:57 )